Censura e Revolução. Livros Proibidos no Século das Luzes
Através da literatura, da política ou da História, sob a forma de romance, tratado, epopeia ou compêndio, os grandes pensadores do Iluminismo francês do século XVIII foram disseminando ideais de liberdade, igualdade, fraternidade e tolerância. Questionando os valores do Absolutismo e do Clericalismo, os seus textos estão fortemente relacionados com a Revolução Americana de 1776 e com a Revolução Francesa de 1789.
Muitas destas publicações foram assim proibidas pela Censura do regime absolutista francês, pelo Index da Igreja Católica ou pela Faculdade de Teologia da Universidade de Paris (Sorbonne). Contudo, os seus autores procuraram, com alguma frequência, que as primeiras edições fossem impressas secretamente ou em cidades fora do território francês, muitas vezes de forma anónima.
No ano em que se assinala o 50.º aniversário do 25 de Abril, exploramos as ligações entre Censura e Revolução. Destacam-se, neste contexto, alguns «livros proibidos» da autoria de Montesquieu, de Voltaire e de Guillaume-Thomas François Raynal, através de exemplares editados ao longo do século XVIII e adquiridos por Calouste Gulbenkian pela qualidade das suas ilustrações ou encadernações.
Do pergaminho ao papel
Expostos por períodos mais curtos devido à fragilidade dos seus materiais, os livros e documentos gráficos europeus da coleção são menos conhecidos do público. Nesta série, a conservadora Ana Campino propõe novos olhares sobre estas obras que constituíam um dos conjuntos artísticos prediletos de Calouste Gulbenkian.