Depois da Pop
Outros artistas, como, no caso nacional, Teresa Magalhães ou Fátima Vaz, exploram a nível formal e técnico, os caminhos abertos pela Pop, mas fazem-no a título de descoberta pessoal, longe do ensino, então muito retrógrado e vigiado pela censura da Escola de Belas-Artes de Lisboa, que frequentam na segunda metade da década de 1960 (Fátima Vaz entra em 1964 e Teresa Magalhães em 1965).
Nas primeiras obras expostas de Teresa Magalhães, datadas de 1967, é visível a influência muito próxima da Pop, com a realização de colagens de recortes de revistas, utilizando imagens publicitárias de grande circulação.
Nas suas pinturas de 1969, a pintora afasta-se dessa técnica, dando uma maior atenção à representação da figura humana (assim era exigido pelo currículo académico) na silhueta delineada sobre fundo azul ou na figura feminina (uma autorrepresentação) que se inscreve na paisagem-praia minimal: ambas as obras apresentam uma pintura plana a cheio, uma técnica Pop.
A pintura de Fátima Vaz propõe composições muito diferentes e é realizada numa fase já pós-escolar. Os títulos revelam uma intenção narrativa, desde o motivo vernacular do festivo manjerico colocado sobre a clássica grelha de composição do desenho à vista, à «bota habitada do anão» num explosivo psicadelismo fosforescente, ao «cogumelo desfalecido» num jogo de espelhos/planos quebrados, crescentes-lantejoulas e arabescos ornamentais.