Virtual Display
Estes dois trabalhos resultam da participação no projeto Virtual Display, com o objetivo de apresentar uma nova forma de expor e de olhar as exposições, criando leituras alternativas com recurso às novas tecnologias e aos novos media. Virtual Display pretende celebrar o espaço do Museu e a(s) sua(s) forma(s) de expor, permitindo uma melhor compreensão do seu contexto histórico, assim como da sua importância atual, através do mote: usar o futuro para celebrar o passado.
Este projeto foi desenvolvido por dois arquitetos emergentes que, motivados pelo tema da exposição Art on Display. Formas de expor 1949-69, aceitaram o desafio de criar leituras inovadoras, complementares, intergeracionais e alternativas. Dispondo de vários recursos visuais, como materiais de arquivo, fotografias dos espaços expositivos e reconstruções digitais, e em colaboração com os curadores da exposição e a equipa do Museu, estes novos talentos, selecionados entre diversos candidatos, foram convidados a apresentar uma visão única do Museu, baseada na tecnologia e em diferentes media.
Esta é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian enquanto membro da Future Architecture Platform, projeto cofinanciado pela União Europeia no Programa Europa Criativa.
Beauty of the snake, reflection in the mirror and soap bubbles
Este vídeo conta a história de um vigilante intemporal, que procura proteger a coleção de Calouste Gulbenkian. O seu formato pode lembrar um audioguia de museu ou uma aula de história para crianças, embora não seja nenhum dos dois. Tanto o conteúdo como o aspeto formal oscilam entre uma narrativa real e o seu contraponto ficcional e hiperbolizado. Algumas fotografias históricas e obras da coleção foram selecionadas para interpretar uma história ficcional, onde estes objetos se transformam em algo que só é visível num mundo imaginado. O vídeo, apresentado sob o ponto de vista do vigilante, exagera certas características das obras, descrevendo os conflitos relacionados com o ato de proteger a coleção. Propõe uma leitura complementar de um museu e de uma coleção reais, oferecendo uma mistura entre virtual e real, que poderá levar à necessidade de colocar questões, de se perder ou de aprofundar a coleção ou a história que lhe está subjacente.
Vojtěch Rada (Praga, República Checa)
Vojtěch Rada cria ambientes que refletem a sua extensa formação artística: estudou no Departamento de Arquitetura (Academia de Artes, Arquitetura e Design e Academia de Belas-Artes, ambas em Praga), no Departamento de Escultura (também na Academia de Artes, Arquitetura e Design) e no Departamento de Design de Jogos Digitais (Universidade de Artes de Zurique), combinando todas estas disciplinas na sua prática artística.
Reminiscence of the anniversary throughout a digital age
Nos dias de hoje, vivemos num mundo digital – independentemente da idade, conseguimos sentir a influência da tecnologia em todo o lado. Isto não se verificava na época em que o Museu Calouste Gulbenkian foi inaugurado, em 1969. De certa forma, este museu comunica connosco, porque nos conta uma história, a paixão de uma pessoa que teve impacto em todos nós.
Esta proposta recorre a animações 3D do museu e espaços envolventes, fotografias históricas da abertura do museu e filmagens do museu atual. Estes ingredientes foram combinados de forma a que cada um conseguisse representar uma fase do museu. A era digital está presente no vídeo; as imagens em Polaroid simbolizam o passado, enquanto o vídeo digital contido nelas representa o presente.
Benart Shala (Pristina, Kosovo)
Benart Shala leva a arquitetura a extremos que não são visíveis a olho nu, sintetizando arquitetura com psicologia e com a lógica que dela deriva. Os anos de pesquisa de Benart foram dedicados a definir o que é indefinido na arquitetura, a viver ou reviver os sentimentos que a arquitetura nos transmite, a explorar a essência da própria arquitetura. Acima de tudo, Benart defende que existe sempre mais do que uma perspetiva sobre o verdadeiro conhecimento.