Encontro com o Cineclubismo
Slider de Eventos
Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Sala 1 Fundação Calouste Gulbenkian«A história da atividade cineclubista do Henrique Espírito Santo é uma mostra exemplar da história do cineclubismo progressista em Portugal e da sua permanente confrontação com dois dos braços mais repressivos e castrantes do regime salazarista, a censura e a polícia política.
Relembrando as palavras de Manuel Pina, outro cineclubista “de gema” e seu companheiro de aventuras, o Henrique tinha um faro especial para saber escolher os filmes que animavam as sessões organizadas pelos cineclubes e para as quais escreveu inúmeros textos de agit-prop dissimulada.
Nos anos 60 a repressão sobre os cineclubes atingiu o seu auge e só o 25 de Abril de 1974, com a abolição da censura, veio permitir a livre divulgação cinematográfica, o que representou ao mesmo tempo um enorme desafio para a continuação da atividade cineclubista.»
Miguel Cardoso
Intervenientes: Miguel Cardoso e Henrique Espírito Santo
O Encontro começará com uma projeção de um capítulo dos Extras do documentário Até Amanhã, Henrique!, de Miguel Cardoso, da série «Vidas com Rumo», sobre a atividade cineclubista de Henrique Espírito Santo.
Duração: c. 15’
Esta conferência faz parte de um ciclo de encontros realizado no âmbito da exposição Pós-Pop. Fora do lugar-comum.
Nasci em 1950 e apaixonei-me pelo cinema aos três anos de idade ao ver e ouvir, sentado ao colo de minha mãe, o musical White Christmas, na sala monumental do Teatro Colón na Corunha. A minha vida tem sido uma aprendizagem permanente de percecionar a realidade poética pela alquimia da amizade, prática plasmada na série Vidas com Rumo que concebi, produzo e realizo desde o início deste século. O meu trabalho mais recente é Filme Muito Breve, biografia de Miguel Franco para a comemoração do seu centenário a 14 de abril de 2018.
Miguel Cardoso, 18 de maio de 2018
Nasci quase ao mesmo tempo que o sonoro, em 1931, e cedo me deixei levar pelas aventuras da ficção cinematográfica praticando a aventura da militância clandestina, a da atividade cineclubista (escola primordial dos cineastas da Nova Vaga) e, por fim, a da produção de cinema em Portugal, talvez a mais arrojada e desafiadora de todas elas, em função dos curtos recursos de que enferma. Ocupei os últimos anos da minha carreira profissional a comunicar, sempre com boa disposição, esta minha paixão e entusiasmo pelo cinema através da realização de workshops e seminários para alunos desde a escola básica até ao ensino profissional.
Henrique Espírito Santo, 4 de maio de 2018