Hércules, o maior e mais popular dos heróis gregos era filho de Zeus e Alcmena, uma mortal com quem Zeus tivera uma aventura. Mas para o tornar imortal, Zeus pediu a Hermes que o levasse para junto do seio de Hera quando esta dormia e o fizesse aleitar. A criança sugou com tal violência que, mesmo após ter terminado, o leite da deusa continuou a correr, formando no céu a Via Láctea. Símbolo do homem em luta contra as forças da Natureza, Hércules realizou os famosos Doze Trabalhos, sob ordem de Eristeu, Rei de Argos de Micenas, uma penitência imposta ao herói pelo Oráculo de Delfos. Os primeiros seis passaram-se no Peloponeso, os restantes levaram-no a lugares mais distantes, na orla do mundo grego e mais além. Durante estes trabalhos, Hércules foi perseguido pelo ódio de Hera, mas foi sempre apoiado entusiasticamente por Atena. Depois outras aventuras se seguiram, tornando-se no super-homem grego, destruidor do mal e defensor do bem. Ao longo da vida não escondeu, porém, as suas características humanas: era irritadiço, apreciador de vinho e de mulheres, facto que motivou a sua morte, ao trair a noiva Dejenira que, para o conquistar, e sem o saber, o envolveu na túnica envenenada de Nesso. No entanto, assistido por cerimónias fúnebres, o semi-deus, graças aos seus Trabalhos em vida, subiu ao Olimpo, para partilhar a eternidade com os restantes deuses.

Hércules está representado em várias moedas da Coleção Gulbenkian cumprindo os seus Trabalhos. Numa outra, cunhada na Trácia, enverga já a pele do leão de Nemeia, adquirida após o seu 1º Trabalho, enquanto atira ao arco na mira certamente de outro alvo imposto por Eristeu. E com pele de leão se reveste também a cabeça do herói, numa postura evocativa de Alexandre, nas moedas cunhadas na Macedónia, no tempo do próprio Alexandre Magno. Por fim, uma representação do pequeno Hércules, no anverso de uma moeda cunhada em Mysia.