Jean de La Fontaine

Uma coleção com histórias: em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. O mês de abril foi dedicado às histórias literárias.
08 abr 2020

Jean de La Fontaine (1621-1695) foi um célebre escritor, conhecido pela criação e adaptação de algumas das mais famosas histórias para crianças que ainda hoje são contadas. O seu trabalho seduziu Calouste Gulbenkian, que adquiriu várias obras inspiradas no autor francês e nas suas fábulas.

La Fontaine estudou teologia, mas depressa se apercebeu de que a sua vocação era a literatura. Começou por fazer traduções e escrever poesia, tendo trabalhado ao serviço e sob a proteção de vários importantes mecenas. Contudo, foram as fábulas que imortalizaram La Fontaine e tornaram o seu nome famoso em todo o mundo.

Com uma forte carga irónica, repletas de momentos satíricos e de observações profundas sobre o comportamento humano, as suas fábulas eram concebidas com um público adulto e sofisticado em mente; no entanto, a linguagem simples e acessível e as mensagens inspiradoras que encerravam revelaram-se uma excelente forma de ensinar valores morais às crianças e o autor chegou a adaptar algumas destas histórias a um público infantil.

Algumas das fábulas acabaram por integrar programas escolares, tendo sido repetidas e memorizadas inúmeras vezes e posteriormente traduzidas em várias línguas. Foram escritas peças de teatro, adaptações televisivas e algumas das expressões usadas pelo autor tornaram-se ditos recorrentes em França.

Georges Frédéric Rotig, «O Leão e o Rato», da série «Ilustrações das Fábulas de La Fontaine», séculos XIX-XX. Museu Calouste Gulbenkian
Philippe Rousseau, «A Raposa e a Cegonha», da série «Ilustrações das Fábulas de La Fontaine», séculos XIX-XX. Museu Calouste Gulbenkian
Cadeira de braços representando a fábula de La Fontaine «O Lobo e a Cegonha». Museu Calouste Gulbenkian
Jean de La Fontaine, «Les Amours de Psyché et de Cupidon». Paris: Chez Defer de Maisonneuve. De L'Imprimerie de P. Fr. Didot Jeune, 1791. Museu Calouste Gulbenkian

Muitas destas histórias eram protagonizadas por animais, como é visível na série de 57 aguarelas que Gulbenkian adquiriu em 1922 e na qual colaboraram 35 artistas que viviam em França. Além destas pinturas, o colecionador comprou ainda uma outra coletânea de aguarelas ilustrativas de «Os Amores de Cupido e Psique», uma outra obra de La Fontaine, bem como seis cadeiras de braços, cujas tapeçarias de Aubusson que decoram o assento, retratam as histórias do autor.

A fama de La Fontaine foi tal que o autor foi retratado por vários artistas da época, um dos quais Hyacinthe Rigaud. O retrato feito por Rigaud deu origem a uma gravura de Gerard Edelinck, que também faz parte da Coleção. Gulbenkian adquiriu também vários livros da autoria do escritor.

Gerrd Edelinck segundo Hyacinthe Rigaud, «Jean de La Fontaine (1621-1695)», séculos XVII-XVIII. Museu Calouste Gulbenkian
«Quelques fables de La Fontaine», ilustrado por Jules Chadel. Préfácio de Albert Thibaudet. Les Cent Bibliophiles, 1927. Museu Calouste Gulbenkian

Uma Coleção com Histórias

Em 2020, partilhámos semanalmente uma história sobre a coleção de Calouste Gulbenkian. Os artigos desta rubrica referem-se à coleção do Museu Calouste Gulbenkian como Coleção do Fundador.

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