Natividade
A arte da miniatura – assim designada pela escala diminuta das pinturas – encontrou o seu expoente máximo entre a Idade Média e o início do Renascimento. Produzidas em ateliês muito especializados, por vezes realizadas a mais do que duas mãos, estas pinturas era usadas sobretudo na ornamentação de livros manuscritos.
Celebrando a presente época festiva, os livros de horas expostos no Museu Calouste Gulbenkian, realizados entre os séculos XV e XVI em França, na Flandres e em Itália, encontram-se agora abertos na cena da Natividade. A partir do século XV, como se pode ver nos exemplares em exposição, as representações do nascimento de Jesus passaram a integrar as figuras da Virgem Maria e de São José a adorar o Menino.
Entre os livros selecionados encontra-se um incunábulo – designação atribuída aos livros impressos nos primórdios da imprensa, entre 1455 e 1500 –, no qual podem ser observadas outras cenas relacionadas com o nascimento de Jesus e que fazem parte da secção do livro de horas conhecida como Horas da Virgem, como a Adoração dos Pastores e a Adoração dos Magos.
Mais do que ilustrarem o texto, estas miniaturas constituem uma interpretação dos principais momentos da vida de Maria, de acordo com os contextos geográficos e culturais em que os livros de horas foram concebidos.