Tecendo desenhos no Renascimento: Giulio Romano e a tapeçaria

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Giulio Romano foi um artista multifacetado que expressou a sua genialidade em diversos suportes e materiais. Ao longo da sua carreira, produziu desenhos para todo o tipo de obras de arte, entre arquitetura, frescos, pinturas, estuques, gravuras e tapeçarias. O seu interesse pela tapeçaria poderá estar relacionado com o seu período de formação, quando foi aprendiz na oficina de Rafael, em Roma. Rafael criou cartões para vários conjuntos de tapeçarias, incluindo a série dos Atos dos Apóstolos para a Capela Sistina, tendo renovado esta técnica através de composições modernas concebidas como pinturas renascentistas.

Seguindo o exemplo do seu mestre, Giulio Romano desenhou cartões para importantes conjuntos de tapeçarias destinados a mecenas ilustres, como o rei Francisco I de França, o duque de Ferrara Hércules II d’Este e a família Gonzaga de Mântua, cidade onde o artista se fixou em 1524. As composições de Romano, destinadas a comemorar os mecenas e as suas virtudes, inspiravam-se frequentemente na História e na mitologia da Antiguidade. O aspeto precioso das tapeçarias – tecidas em lã, seda e fios de metais preciosos – realça a ideia de magnificência. É o caso da série Jogos de Crianças ou Puttini – como se refere em inventários históricos –, cuja temática se baseia nas Imagines do autor grego Filóstrato, sendo concebida como exaltação do novo período áureo vivido durante o reinado dos Gonzaga.


TRANSMISSÃO


ORADORES

Michela Zurla é atualmente curadora no Palácio Ducal de Mântua. Doutorou-se em História da Arte (Universidade de Trento), com uma tese intitulada A Escultura em Génova entre os séculos XV e XVI. Artistas, estaleiros, mecenas, que defendeu em 2015. Formou-se em História da Arte pela Universidade de Perugia e apresentou uma dissertação de mestrado sobre o escultor Domenico Fancelli de Settignano e a chegada do renascimento italiano a Espanha (2010).

Em 2016 foi bolseira no Bode Museum, no âmbito do programa internacional de bolsas de estudo dos Staatliche Museen zu Berlin, tendo realizado um projeto de investigação sobre as esculturas genovesas nas coleções do Bode Museum e o interesse de Wilhelm von Bode na arte renascentista genovesa.

Colaborou na realização das exposições Norma e capriccio. Spagnoli in Italia agli esordi della maniera moderna (2013) nas Galerias Uffizi, Baccio Bandinelli (2014) no Museo Nazionale del Bargello, em Florença, e «Con nuova e stravagante maneira.» Giulio Romano a Mantova (2019), Raffaello, trama e ordito. Gli arazzi di Palazzo Ducale a Mantova (2020), Dante e la cultura del Trecento a Mantova (2021) e Michelangelo. I bronzi della Passione (2022) no Palácio Ducal de Mântua. 

A sua principal área de investigação incide sobre a arte renascentista.

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