Obra

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Tal como as formas da arquitetura determinam a organização do estaleiro de obra, as tecnologias e a estrutura económica com que a sociedade organiza os seus modos de produção condicionam, e estimulam, a conceção do projeto.

Da comunicação entre projeto e obra, da organização do tempo e do dinheiro, até à retórica política ou à excitação tecnológica, é na obra que tudo se joga.

O trabalho dos arquitetos serve de ferramenta para contrabalançar a ansiedade do cliente perante muitos fatores, ou a necessidade de conjugar prazos de construção e otimização de custos com padrões de qualidade. Numa obra, muitos interesses requerem negociação e o papel da arquitetura desenrola-se transformando projetos em edifícios. Até que ponto as recentes transformações na indústria da construção e na organização da obra transformam a prática da arquitetura?

A exposição está organizada em módulos, articulados por um fio condutor, que correspondem a exemplos que servem de âncoras para revelar diferentes abordagens.

Um dos casos de estudo é apresentado em cocuradoria com o CCA – Canadian Centre for Architecture. Partindo do arquivo profissional de Cedric Price, o módulo foca um relatório que este produziu na década de 1970 tendo em vista a melhoria das condições de trabalho nos estaleiros e que permitiu consolidar um olhar original sobre as formas de organização da indústria da construção. Outro exemplo – apresentado em parceria com a Cité de l’architecture et du patrimoine – é um olhar sobre a estrutura empresarial de François Hennebique que, no final do século XIX e dominando a técnica da construção em betão armado, abriu caminho à concentração do saber técnico.

O caráter histórico destes exemplos proporciona leituras cruzadas sobre as problemáticas que os estaleiros de obra levantam, e a exposição propõe uma reflexão sobre as transformações e desafios dos estaleiros de obra contemporâneos – e sobre o seu impacto na prática da arquitetura.

 

Exposição integrada na programação da 4.ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa – The Form of Form – com coprodução da Fundação Calouste Gulbenkian.

 

Curadoria: André Tavares; Cocuradoria: Giovanna Borasi (CCA), Hugo Palmarola, Ivo Poças Martins, Jorge Carvalho, Pedro Alonso, Simon Vaillant (CAP). Ateliês convidados: David Chipperfield Architects, OMA, SKREI, Usina. Convidado especial: Michael Wesely. Projeto expositivo: SAMI-arquitectos. Cedência de conteúdos: AFA Consult, Giovanna Calvenzi, Museu do Carro Eléctrico, Museu Municipal de Oliveira de Frades, Rita Burmester, V&A. Parceria Institucional: CCA – Canadian Centre for Architecture, CAP – Cité de l’architecture & du patrimoine.

 

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Sábado, 10 de dezembro, às 16h00

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