Para além destes recursos de caráter efémero, foram igualmente alvo da generosidade destes monarcas obras artísticas de ourivesaria, têxteis e mobiliário, com o objetivo de serem utilizados no culto e na ornamentação dos espaços religiosos.
Esta exposição tem, pois, como tema central estas doações, que incluem notáveis produções da arte europeia. A lâmpada de igreja remetida para Jerusalém pelo rei de Portugal, D. João V, e o baldaquino que acolhia uma custódia ou um crucifixo, doado por Carlos VII, rei de Nápoles, são exemplos eloquentes das estratégias políticas de ofertas então desenvolvidas.
A exposição propõe ainda um percurso pela história milenar e pelo simbolismo espiritual da Basílica do Santo Sepulcro, bem como pelo papel desempenhado pela Custódia da Terra Santa – a instituição católica franciscana responsável por zelar pelos lugares cristãos na Terra Santa – na receção, utilização e preservação destes objetos de culto católico.
A ligação de Calouste Gulbenkian à Terra Santa é também evocada na exposição, que revela o vínculo de longa data da sua família a este lugar e dá a conhecer um manuscrito iluminado arménio do século XV oferecido pelo colecionador ao Patriarcado Arménio de Jerusalém. Apresentado aqui pela primeira vez, este manuscrito foi doado na década de 1940, quando Gulbenkian já residia em Portugal.