Estes diferentes métodos e materiais recordam-nos que a escultura raramente é única: uma das suas características intrínsecas é a multiplicidade. Os gessos permitem perpetuar momentos especiais – o crescimento de uma criança, o rosto de um defunto, um edifício importante –, mas também podem ser usados para reproduzir objetos de uso quotidiano, como casas ou utensílios domésticos.
Esta técnica tem tido uma importante função documental e, em particular, na medicina: a sala de anatomia assume-se como um espaço de aprendizagem entre a medicina e a arte.
Juntamente com os gessos históricos mostramos obras de David Bestué, Marie José Burki, Christine Borland, Steven Claydon, Michael Dean, Aleksandra Domanović, Asta Gröting, Simon Fujiwara, Oliver Laric, Jumana Manna, Jean-Luc Moulène, Charlotte Moth, Rogério Taveira, Francisco Tropa, Xavier Veilhan, Marion Verboom, Daphne Wright e Heimo Zobernig.
Estes artistas foram selecionados pelo seu fascínio pela moldagem e pelas suas múltiplas possibilidades. Sem uma narrativa fixa, a exposição pode ser lida através de várias camadas e os visitantes podem encontrar diferentes ligações entre antigo e novo, centrando-se nos conceitos de reprodução, variação, serialidade, escala e homenagem.
Antes de viajar para Lisboa, esta exposição é apresentada nas Beaux-Arts de Paris até 16 de fevereiro de 2020, reunindo estas obras contemporâneas e uma seleção de gessos de várias instituições francesas, num ambiente que evoca o papel do gesso na aprendizagem artística.
Este projeto revela-se uma oportunidade para dar a conhecer aos visitantes as coleções das escolas de arte que têm vindo a despertar um interesse crescente por parte de investigadores e artistas, mas que não têm estado acessíveis ao público.
Equipa curatorial: Penelope Curtis, Rita Fabiana, Thierry Leviez, Armelle Pradalier
Exposição organizada e coproduzida pela Fundação Calouste Gulbenkian e as Beaux-Arts de Paris, em colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.