A paisagem no desenho de Millet e na poesia de Baudelaire
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- Encerra à Terça
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Museu Calouste GulbenkianQuando Charles Baudelaire (1821-1867) escreve uma severa crítica acerca da pintura de Jean-François Millet (1814-1875), por ocasião do Salão de 1859 em Paris, este não admite incertezas quanto ao tema da figuração na obra deste pintor. A dimensão e esforço da vida humana arduamente dedicada ao campo, que Millet procurava retratar, não passava de um desejo imaterializado que não causaria qualquer admiração ou espanto ao olhar crítico de Baudelaire.
Na representação desta figura-tipo nos campos, sob a luz do amanhecer ou do entardecer, Baudelaire viu um romantismo frágil, uma encenação forçada que arruinaria, na pintura de Millet, «todas as belas qualidades que primeiro lhe atraem a atenção».
Mas pode colocar-se agora a questão: poderia o crítico e poeta Baudelaire experienciar verdadeiramente a paisagem de Millet se esta não representasse a «monótona» figura-tipo na obra do pintor?
Abrindo esta hipótese no presente, e propondo uma reflexão em torno da experiência da paisagem e do lugar que ocupamos diante dela, apresentam-se três obras pertencentes à Coleção Calouste Gulbenkian: um desenho de paisagem de Jean-François Millet, «Paisagem ao Entardecer» (1851-1852), e dois poemas de Charles Baudelaire reunidos em duas edições da sua conhecida obra «Les Fleurs du Mal» (1857).
Esta é uma reunião que se estabelece com o propósito de dar a conhecer a evocação do mundo e dos sentimentos que esta suscita. A experiência da paisagem como uma permanente construção da imaginação mediante a representação da sua grandeza, beleza e extensão, neste caso, muito em particular, no desenho e na poesia.
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A paisagem em Millet e Baudelaire
Com Filipa Correia de Sousa / Em português e em Língua Gestual Portuguesa
Sáb, 09 jul, 16:00
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