Há aves no Jardim Gulbenkian com um anel precioso…

E algumas voam para muito longe!
20 set 2018
Papa-moscas-preto © Jorge Vítor
Pisco-de-peito-ruivo © Ana Figueiredo Santos
Chapim-azul © Leonor Martins
Rouxinol-pequeno-dos-caniços © Leonor Martins

 

Em 15 de setembro decorreu no jardim da Fundação a 6ª oficina sobre anilhagem de aves, integrada no Programa educativo Descobrir. Iniciada em 2013, esta actividade tem tido lugar no mês de setembro, quando o calendário da natureza nas nossas latitudes é marcado pelas passagens migratórias das aves que rumam a África onde ficarão durante a estação-fria na Europa.  

A anilhagem científica consiste na colocação de uma anilha numerada no tarso de uma ave. Como a numeração é exclusiva e toda a informação é registada em bases de dados, se uma ave anilhada vier posteriormente a ser recapturada, é possível aceder à informação inicial, como local de anilhagem, data, condição física e idade do animal. Cada anilha é assim um anel precioso, pela informação que permite alcançar.   

Este ano anilhámos um chapim-azul e recapturámos um pisco-de-peito-ruivo anilhado na edição de 2017. Mas o que mais fascinou os participantes na oficina, foi termos capturado um papa-moscas-preto e um rouxinol-pequeno-dos-caniços, duas aves migradoras que estacionaram no jardim da Gulbenkian para recuperarem as energias necessárias à etapa seguinte das suas viagens: os papa-moscas-pretos nidificam na Escandinávia e Europa central e invernam numa vasta região que se estende ao longo do Golfo da Guiné para leste até próximo do Quénia; os rouxinóis-pequenos-dos-caniços reproduzem-se na Europa, incluindo Portugal, e invernam do sul da Mauritânia para oriente até à Etiópia e para sul até ao norte da Zâmbia, evitando as florestas equatoriais.  

Imagine a intrépida jornada que estas pequenas aves que pesavam 16 gr têm pela frente até atingirem o seu destino! E lá para março e abril do ano que vem, hão-de iniciar a viagem de regresso até aos seus locais de origem para se reproduzirem. Ano após ano…  

São estas maravilhas do mundo natural que procuramos dar a conhecer no jardim da Fundação. 

 

João E. Rabaça

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