7000 Anos de Arte Persa. Obras-primas do Museu Nacional do Irão

Exposição itinerante de peças provenientes do Museu Nacional do Irão, organizada por iniciativa do Kunsthistorisches Museum, de Viena. Pensada por Wilfried Seipel, em parceria com Michael Alram e Erika Bleibtreu, a mostra apresentou uma seleção de diversos objetos que testemunhavam a rica história cultural, artística e política do Irão ao longo de 7000 anos.
Travelling exhibition of works from the National Museum of Iran organised by the Kunsthistorisches Museum, Vienna. Conceived by Wilfried Seipel, in partnership with Michael Alram and Erika Bleibtreu, the show featured a selection of diverse objects that bore witness to Iran’s rich cultural, artistic and political history over the course of 7000 years.

Exposição coletiva e itinerante de peças provenientes do Museu Nacional do Irão, organizada por iniciativa do Kunsthistorisches Museum de Viena e apresentada na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) em parceria com o Museu Calouste Gulbenkian. Foi inteiramente pensada e programada por Wilfried Seipel, com a colaboração dos diretores científicos Michael Alram e Erika Bleibtreu.

Pela primeira vez desde a Revolução Islâmica de 1979, a FCG recebia 178 obras-primas que no seu conjunto permitiam apresentar uma «síntese da expressão artística dos diferentes povos que habitaram e passaram pelos territórios que hoje constituem o Irão num período dilatado de tempo, desde o Neolítico até aos primeiros séculos da época islâmica» (7000 Anos de Arte Persa. Obras-primas do Museu Nacional do Irão, 2005).

A acompanhar a própria coleção de arte islâmica de Calouste Gulbenkian estiveram presentes objetos de culto, oferendas fúnebres, cerâmicas, peças de ourivesaria, pergaminhos, placas decorativas, paletas de maquilhagem, remates de estandartes, braceletes, entre outras peças que anteriormente estiveram expostas em vários países da Europa, numa tentativa de cultivar a «aproximação das nações» («Sete mil anos de arte persa», Correio da Manhã, 5 abr. 2005).

A Fundação Calouste Gulbenkian manifestou-se extremamente interessada em receber a mostra, devido à sua qualidade e «grande rigor científico», como explicou o diretor do Museu Calouste Gulbenkian, João Castel-Branco Pereira, em declarações ao Diário de Notícias (Araújo, Diário de Notícias, 5 abr. 2005).

Depois de ter sido apresentada na Áustria, Alemanha, Bélgica, Espanha e Croácia – contando com um total de mais de um milhão de visitantes –, a exposição «7000 Anos de Arte Persa» chegou à capital portuguesa, graças ao apoio da Embaixada do Irão em Lisboa, e integrou-se numa das linhas de programação das exposições temporárias do Museu Calouste Gulbenkian, «orientada para as artes produzidas entre o Próximo e o Extremo Oriente» (Vitória, Jornal de Notícias, 5 abr. 2005).

A mostra partiu do Kunsthistorisches Museum de Viena, onde esteve patente entre 22 de novembro de 2000 e 16 de abril de 2001, contando com a importante participação de vários especialistas da área e com o apoio e colaboração do vice-presidente da República Islâmica do Irão e presidente da Organização do Turismo, Hossein Marashi, e do diretor do Museu Nacional do Irão, Mohammad Reza Kargar, «que contribuíram de forma decisiva ao ceder estas valiosas obras de arte de modo a poderem ser expostas durante um largo período de tempo» (7000 Anos de Arte Persa. Obras-primas do Museu Nacional do Irão, 2005).

Como região que conheceu uma diversidade imensa de influências, culturas e povos, e apesar da sua riqueza histórica, o Irão (conhecido como a Pérsia Antiga até ao ano de 1935) permanecia ainda como um «mistério» que conduzia a «más interpretações». Esta mostra relembrou ao público português a importância da sua história e herança milenar, «desde as transformações ocorridas no Neolítico até às dinastias Aqueménida, Selêucida, Arsácida e Sassânida» (Araújo, Diário de Notícias, 5 abr. 2005).

Organizada em 13 núcleos, cada um dedicado a uma região específica, a exposição deu a conhecer as «diversas formas de expressão artística dos povos que habitaram e passaram pelos territórios que hoje constituem o Irão», através de uma seleção infinita de objetos, num amplo arco cronológico que abrangia mais de 7000 anos de história (Vitória, Jornal de Notícias, 5 abr. 2005).

No início da mostra, o visitante deparava desde logo com um peso com inscrição de Dario I, datado do século V a.C., a que se seguia uma vitrina, onde se podia observar, através de uma lupa, uma estatueta, «a peça mais antiga presente na mostra», que remontava a 6500-6000 a.C. (Ibid.).

O catálogo – cuja publicação resultou de uma colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Kunsthistorisches Museum de Viena – apresenta uma organização cronológica, tendo o cuidado de elucidar o leitor, antes da apresentação fotográfica das obras-primas, sobre aspetos históricos ligados à Pérsia Antiga.

Para complementar a mostra, o Serviço Educativo do Museu Calouste Gulbenkian organizou visitas guiadas, coordenadas por Maria Deolinda Cerqueira, com o apoio de Isabel Maria Oliveira e Silva e Maria do Rosário Azevedo.

A inauguração da exposição na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian contou com a presença de importantes personalidades no mundo da política, da cultura e da arte, entre elas o vice-presidente da República Islâmica do Irão e o presidente da Organização de Turismo e Património Cultural, Hossein Marashi, o vice-ministro da Pesquisa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ali Reza Moayeri, o diretor do Museu Nacional do Irão, Mohammad Reza Kargar, e a secretária do Conselho de Especialistas da Organização de Turismo e Património Cultural, Sima Yadollahi.

Para o presidente da FCG, Emílio Rui Vilar, esta iniciativa foi, acima de tudo, um «sinal simbólico, particularmente importante no tempo presente, do papel do encontro de culturas e do aprofundamento do conhecimento de diferentes expressões civilizacionais como contributo para o entendimento e respeito mútuos» (7000 Anos de Arte Persa. Obras-primas do Museu Nacional do Irão, 2005).

Joana Atalaia, 2019


Ficha Técnica


Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
Conferência de imprensa
João Castel-Branco Pereira
Nuno Vassalo e Silva
João Castel-Branco Pereira
João Castel-Branco Pereira
Emílio Rui Vilar (à esq.)
Emílio Rui Vilar (ao centro)
Emílio Rui Vilar (centro, dir.)
João Castel-Branco Pereira (à esq.), Emílio Rui Vilar (à dir.)
Isabel Pires de Lima
Diogo de Lucena e Maria Capucho Queiroz Ribeiro
Teresa Patrício Gouveia e Artur Santos Silva
Teresa Patrício Gouveia (à esq.) e Maria Fernanda Passos Leite (à dir.)
Ana Paula Gordo (à esq.) e Isabel Mota (à dir.)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian), Lisboa / MCG 03561

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência preparatória do projeto, apresentação do projeto à presidência da FCG, correspondência de caráter organizativo, recibos, faturas pagas e listagem de obras com valores de seguros. 2004 – 2005

Arquivos Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian), Lisboa / MCG 03422

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém material de divulgação e recortes de imprensa. 1994 – 2008


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.