Bolseiros Portugueses no Royal College of Art, 1991 – 1992

Exposição coletiva de seis jovens artistas portugueses, organizada pelo Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), em parceira com o Royal College of Arts de Londres e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Estes artistas, na altura jovens alunos, correspondem atualmente a uma geração de artistas com carreiras já consolidadas a nível nacional e internacional.
Group show featuring six young Portuguese artists, organised by Ar.Co - Arts and Visual Communication Center, in partnership with the Royal College of Arts in London and with the support of the Calouste Gulbenkian Foundation. Young adults at the time of the exhibition, the artists are now well-established both nationally and internationally.

Exposição coletiva de seis jovens artistas portugueses organizada pelo Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), em parceira com o Royal College of Arts (RCA) de Londres e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

Em 1989, o RCA sondou a FCG sobre a possibilidade de algumas instituições de ensino artístico em Portugal poderem receber alunos seus em período letivo, prática que ia sendo recorrente noutros destinos europeus. A escola que se entendeu reunir as melhores condições para a parceria foi o Ar.Co, instituição independente e experimental, ficando a FCG como intermediária do intercâmbio artístico estabelecido entre as duas instituições artísticas.

No ano letivo de 1991/92 foi então criado, na Quinta de São Miguel, em Almada, o programa de estágios e residências artísticas Lisbon Studio, que acolheu 21 jovens artistas dos vários departamentos do RCA. Por seu turno, o Ar.Co selecionou um grupo de seis alunos (dois por trimestre) para iniciarem, nesse mesmo ano letivo, o estágio no RCA, que veio a ser subsidiado pelo programa de bolsas do Serviço de Belas-Artes da FCG. Os alunos selecionados seriam José Luís Neto (1966), Francisco Tropa (1968), Susanne Themlitz (1968), Cristina Filipe (1965), António Júlio Duarte (1965) e Jorge Queiroz (1966).

Para o então diretor do Serviço de Belas-Artes da FCG, Fernando de Azevedo, o programa de estágios representava uma excelente oportunidade para o conhecimento mútuo entre os artistas dos dois países e para o alargamento dos seus contextos artísticos e sociais:

«Ambas as instituições concorrem […] para uma ampliação de conhecimentos dos seus respetivos elencos estudantis, para uma abertura de sensibilidade, para, enfim, uma convivência verdadeiramente comunicante, que é, na essência, o papel destinado ao artista no viver social. E mais do que nunca, presentemente, no fazer de uma existência em comunidade europeia.» (Bolseiros Portugueses no Royal College of Art 1991/92, 1992)

Enquanto diretor do serviço responsável pela atribuição de bolsas de especialização artística, Fernando de Azevedo salientou também a importância que o Royal College teve na especialização de artistas portugueses, sobretudo a partir da década de 1950, quando a política de atribuição de bolsas da FCG, indo ao encontro da atração que o centro artístico londrino exercia, favoreceu a emigração e a fixação de artistas portugueses no Reino Unido (Ibid.).

Parceira neste projeto, a FCG deu deferimento ao pedido de apresentação dos trabalhos realizados pelos alunos portugueses na primeira edição de estágios, recebendo «de portas abertas» os seis bolseiros que finalizaram o programa de estágios em Londres. Os trabalhos, um conjunto de 50 obras realizadas nos suportes correspondentes às categorias artísticas dos departamentos que frequentaram no RCA, foram apresentados na Galeria de Exposições Temporárias do CAM. Destacavam-se o onirismo da pintura e o imediatismo do desenho de Jorge Queiroz, a estética e as problemáticas pessoais das fotografias de António Júlio Duarte e José Luís Neto, os objetos escultóricos de Francisco Tropa, as instalações de Susanne Themlitz e a joalharia contemporânea de Cristina Filipe.

Filipa Coimbra, 2018

Group exhibition of six young Portuguese artists organised by Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual in partnership with London's Royal College of Art (RCA) with support from the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG).
As early as 1989, the RCA asked the FCG about the possibility of art education institutions in Portugal being able to host some of its students during the academic year, something that was common in other European countries. The FCG eventually suggested the Ar.Co school, an independent and experimental institution that it saw as ideal for the partnership, and became an intermediary in the artistic exchange established between the RCA and Ar.Co.
A programme of placements and artistic residences was therefore created for the 1991/1992 academic year called Lisbon Studio, which hosted 21 young artists from the RCA's different artistic departments.
Ar.Co in turn selected a group of six students (two per term) to start placements at the RCA that same academic year, and this was eventually replaced by the FCG Fine Arts Department's grant programme. The students were José Luís Neto (Sátão, Viseu, Portugal, 1966), Francisco Tropa (Lisbon, Portugal, 1968), Susanne Themlitz (Lisbon, Portugal, 1968), Cristina Filipe (Lisbon, Portugal, 1965), António Júlio Duarte (Lisbon, Portugal, 1965) and Jorge Queiroz (Lisbon, Portugal, 1966).
For the head of the FCG Fine Arts Department, Fernando de Azevedo, the placement programme was an excellent opportunity for artists from the two countries to meet each other and broaden their artistic and social circles:
(...) both institutions stand (...) to broaden the knowledge of their respective students, to open up awareness, to achieve a truly communicative coexistence that is essentially the role for artists in the social world. And now, more than ever, in having an existence in the European community (Bolseiros Portugueses no Royal College of Art 1991-92, 1992).
As the head of the department responsible for assigning the artistic specialisation grants, Fernando de Azevedo also highlighted the importance the RCA had in the specialisation of Portuguese artists, above all starting in the 1950s, when the FCG's policy for assigning grants favoured, as well as the attraction that the London artistic centre held, the migration and settlement of Portuguese artists in the United Kingdom (ibid.).
As a partner in this project, the FCG approved a request to exhibit works created by Portuguese students during the first round of placements.
The CAM's Temporary Exhibitions Gallery opened its doors to the six FCG grant holders and Ar.Co students who completed the placement programme in London, and a set of 50 works was exhibited, made using media corresponding to the artistic categories of the departments they attended at the RCA. The exhibition included the dreamlike painting and immediacy of drawing of Jorge Queiroz, the aesthetic and personal questions of photographs by António Júlio Duarte and José Luís Neto, sculptures by Francisco Tropa, installations by Susanne Themlitz and the contemporary jewellery of Cristina Filipe.

Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Multimédia


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00254

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém elementos para o catálogo e correspondência expedida. 1992 – 1992


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