Exposição dedicada à obra do artista francês Pierre Soulages (1919), organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) com o alto patrocínio dos chefes de Estado de França e de Portugal, tendo sido anteriormente apresentada no Musée Dynamique de Dacar, no Senegal. O comissariado da exposição ficou a cargo de Jean-Gérard Bosio, conselheiro cultural do presidente senegalês Léopold Sédar Senghor.

A iniciativa surgiu por parte da FCG, que procurou apresentar no programa oficial da visita do presidente do Senegal à FCG «uma exposição de obras de Soulages, pintor francês que ele muito admira, a ponto de ter escrito um prefácio do catálogo da exposição das obras do mesmo artista realizada recentemente em Dakar» (Carta de José de Azeredo Perdigão para Gilbert Bron, 10 jan. 1975, Arquivos Gulbenkian, SEM 00070).

A mostra foi composta por um total de 115 peças e percorreu o período abstrato de Pierre Soulages, de 1947 a 1973, integrando maioritariamente obras em gravura e em pintura, e contando ainda com a exposição de uma tapeçaria. Um número significativo destas obras foi cedido por colecionadores privados e pela Galerie de France, apresentando-se, assim, de acordo com o texto de Senghor, «uma profunda análise da obra do artista» (Soulages, 1975).

Além do presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, a inauguração da exposição contou com a presença do presidente da República Portuguesa, Francisco Costa Gomes, do presidente da FCG, José de Azeredo Perdigão, do comissário da exposição, Jean-Gérard Bosio, e de outros representantes oficiais de França e Portugal.

O prefácio do catálogo foi assinado pelo presidente senegalês, com tradução do poeta Alexandre O’Neill. Foi ainda efetuada uma pequena reportagem da exposição realizada pela produtora francesa Pathé Magazine.

Filipa Coimbra, 2016