Arte Francesa depois de 1950

Inicialmente intitulada «Três Tendências da Arte Francesa Actual», esta exposição de itinerância internacional foi readaptada pela Fundação Calouste Gulbenkian para a sua mostra em Portugal, recuando o seu âmbito cronológico. Apresentaram-se, assim, obras datadas de 1950 até à contemporaneidade.
Initially entitled “Three Trends in Contemporary French Art”, this international traveling exhibition was readapted by the Calouste Gulbenkian Foundation for its exhibition in Portugal, stepping back its chronological scope and bringing together works dating from 1950 to the present day.

O contexto de organização desta exposição prendeu-se com a vinda a Portugal da exposição itinerante internacional «Três Tendências da Arte Francesa Actual», patrocinada pelo Estado francês e anteriormente apresentada na Bélgica e na Irlanda. A Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) decidiu acolher esta mostra nas suas instalações, propondo contudo algumas alterações, justificadas «pelo desejo de “refrescar” e pela circunstância corrente de alguns dos coleccionadores desejarem rever as suas obras» (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 1 abr. 1971, Arquivos Gulbenkian, SBA 15370).

A FCG pretendia, assim, alargar o âmbito cronológico da exposição, para que ela «pudesse compreender, com carácter introdutório, outras obras além das previstas», aproveitando-se a iniciativa para, de algum modo, se estabelecer uma articulação cronológica entre a exposição «Um Século de Arte Francesa 1850-1950» (organizada pela FCG em 1965) e esta, a mais recente, centrada nos «rumos da Arte Francesa após 1950» (Arte Francesa depois de 1950, 1971).

A comissão organizadora francesa e Julien Alvard, comissário da exposição, concordaram com esta alteração, alvitrando todavia que as despesas resultantes da inclusão de novas obras deveriam ser integralmente custeadas pela FCG (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 1 abr. 1971, Arquivos Gulbenkian, SBA 15370). Desta forma, decidiu-se ampliar tanto o número de artistas representados, como o âmbito cronológico retratado, que recuou até 1950.

A narrativa da exposição construiu-se em torno de dois núcleos: um novo, concebido para Lisboa, designado «Tendências da Arte Francesa depois de 1950», que contava com a apresentação de 36 artistas, e o original, intitulado «Três Tendências Actuais da Arte Francesa», em que estavam representadas obras de 42 artistas, agrupadas em torno de três pontos distintos: I. Tendência Científica; II. Tendências Sociais; III. A Arte e a Natureza.

Nessa ocasião, José-Augusto França (1922) comentou que a organização em dois núcleos era confusa «na designação, nas datas e nas obras mostradas», chamando a atenção para discrepâncias: o núcleo original era «pensado e estruturado», o outro era «improvisado, sem maiores responsabilidades» (França, Colóquio/Artes, n.º 3, jun. 1971, pp. 10-21).

A exposição foi realizada em Lisboa e no Porto, no Museu Nacional de Soares dos Reis, «amavelmente cedido para o efeito pelo Ministério da Educação Nacional» (Arte Francesa depois de 1950, 1971), e, de acordo com artigo da Colóquio/Artes (n.º 4, out. 1971, p. 69), a mostra em Lisboa foi visitada por 18 mil pessoas.

Joana Baião, 2015

The context of the organization of this exhibition was linked to the arrival in Portugal of an international touring exhibition entitled Três Tendências da Arte Francesa Actual (Three Trends in Contemporary French Art), sponsored by the French State and previously presented in Belgium and Ireland. The Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) decided to host this exhibition on its premises, proposing some changes justified “by the desire to ‘refresh’ and by the circumstance that some of the collectors wish to see their works one again...” (Note by the Fine Arts Department, 1 Apr. 1971, Gulbenkian Archives, SBA 15370).

The Calouste Gulbenkian Foundation therefore intended to extend the chronological scope of the event “so that it could cover, with an introductory aspect, other works than those planned”. The intention was to take advantage of the initiative to establish a chronological articulation between the exhibition Um Século de Arte Francesa 1850-1950 - organized by the Foundation in 1965 - and this most recent one, centered on the paths of French Art after 1950 (Arte Francesa depois de 1950, 1971).

The French organizers and the exhibition curator Julien Alvard agreed to this adjustment, but suggested that the costs of including new works should be fully funded by the Calouste Gulbenkian Foundation (Note by the Fine Arts Department, 1 Apr. 1971, Gulbenkian Archives, SBA 15370). In this way, it was decided to increase both the number of artists represented portrayed in the exhibition and the chronological scope, which retreated until 1950.

The narrative of the exhibition was built around two sections: a new one, created for Lisbon, designated as “Tendências da arte francesa depois de 1950”, which displayed the works of 36 artists, and the original one, entitled "Três tendências actuais da arte francesa” (Three current tendencies of the French art), in which were represented works of 42 artists, grouped around three distinct points: I. Scientific Trends; II - Social Trends; III - Art and Nature.

The Portuguese Professor and historian José-Augusto França would comment that the organization of this exhibition in two sections turned out to be confusing "in its designation, dates and presented works", pointing out the discrepancies between them: the original nucleus was “well thought and structured”, the other one was clearly “improvised, without major responsibilities” (França, Colóquio/Artes, No. 3, June 1971, pp. 10-21).

The exhibition was held in Lisbon and in Porto, the Museu Nacional de Soares dos Reis, was "kindly provided for this purpose by the Ministry of National Education" (Arte Francesa depois de 1950, 1971) and according to an article on the Calouste Gulbenkian Foundation journal Colóquio. Artes (No. 4, Oct. 1971, p. 69), the exhibition in Lisbon was visited by 18,000 people.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Conferência / Palestra

[Arte Francesa depois de 1950]

2 jul 1971
Museu Nacional Soares dos Reis
Porto, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Arte Francesa depois de 1950]

8 jun 1971 – 21 nov 2024
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Visita guiada. Mário de Oliveira (ao centro) e José Sommer Ribeiro (ao fundo)
Visita guiada. José Sommer Ribeiro (ao centro)
Visita guiada. Rui Mário Gonçalves (à dir.)
Visita guiada
Américo Tomás, presidente da República Portuguesa (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Américo Tomás, presidente da República Portuguesa (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Américo Tomás, presidente da República Portuguesa (à dir.) e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
Américo Tomás, presidente da República Portuguesa (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Américo Tomás, presidente da República Portuguesa (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)

Multimédia


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 15370

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém informações e despachos, correspondência, orçamentos, listagens e elementos para o catálogo. 1971 – 1972

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01848

33 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1971

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01851

1 prova, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1971

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01848

1 prova, p.b.: aspeto (Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto) 1971

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01849

4 provas, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1971

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01850

3 provas, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1971


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