Exposição itinerante que visou apresentar uma seleção de 63 obras de 13 artistas contemporâneos integrados na denominada «Escola de Paris». Foi organizada por iniciativa da Embaixada de França em Portugal, tendo como objetivo dar a ver a evolução da pintura abstrata e a corrente de abstração lírico-informal francesa.
Travelling exhibition presenting a selection of 63 works by 13 contemporary artists belonging to the École de Paris. The show, initiated by the Embassy of France in Portugal and staged at the Calouste Gulbenkian Foundation, traced the evolution of abstract painting as well as the French abstraction lyrique informalist art movement.
Exposição dedicada a um conjunto de obras produzidas por artistas da «Escola de Paris» e apresentada em Lisboa por iniciativa da Embaixada da França em Portugal e da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), na sequência da sua montagem em Itália e na Polónia.
Teve como objetivo documentar a evolução da pintura abstrata entre 1956 e 1976, produzida por artistas sediados em Paris, e ao mesmo tempo refletir sobre uma certa corrente de abstração lírico-informal francesa, desenvolvida durante os anos 60 do século XX. A sua apresentação em Portugal foi particularmente bem acolhida pela FCG, que na sua programação expositiva já vinha demonstrando interesse por esta corrente estética, como testemunham as exposições de Vieira da Silva, Arpad Szenes, Manessier e Soulages, realizadas entre 1970 e 1977.
Integraram a exposição 63 obras de pintura, de 13 autores, e no dia da inauguração o escritor Max-Pol Fouchet proferiu uma conferência subordinada ao tema do certame.
A exposição conquistou um número considerável de comentários positivos, não obstante as condições não serem consideradas ideais segundo alguma imprensa, por não haver espaço suficiente à fruição das obras, nem à convivência do público (Di Maggio, Jornal Novo, 11 jul. 1979). Alguns autores criticaram ainda a seleção dos artistas representados, seleção essa que foi amplamente justificada pelo comissário artístico, Daniel Marchesseau, no próprio catálogo:
«Escolhemos a data de 1956 para não incluir Nicolas de Staël, figura-chave, iniciadora, mesmo a posteriori, deste movimento, mas cujo destino, muito breve, era em 1955 um ponto de interrogação. O mesmo aconteceu com Wols. Assim, nesta exposição passaram apenas a figurar pintores vivos. Foram afastados, talvez mal, por esta razão artistas tão importantes como Fautrier, Bryen, Lanskoy e Poliakoff. À medida que se definia o nosso critério, foi igualmente necessário afastar o grupo cobra, cujo expressionismo é bem pouco francês […]. Depois, aqueles cuja evolução ao longo destes anos foi tal que não pode ser bem avaliada através das cinco telas que representam cada um dos artistas escolhidos. […] Também Tapiès não foi incluído, pois a sua ligação com a Escola de Paris é apenas acidental. Assim, a nossa selecção tornou-se mais restrita. […]
Assim, esperamos que esta manifestação de determinada arte actual francesa tenha pelo menos uma qualidade de informação tão pouco sectária quanto possível, uma vez que é verdade que esta segunda Escola de Paris, que levanta ainda bastantes diatribes, brilha, para além-fronteiras, com todos os seus fulgores.» (Escola de Paris 1956-1976, 1979)
Joana Brito, 2015
This exhibition dedicated to a set of pieces by artists from the “School of Paris” was held in Lisbon on the initiative of the French Embassy in Portugal and the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG), having previously been held in Italy and Poland.
The show aimed to document the evolution of abstract painting in the 1956-1976 period, produced by artists based in Paris, while at the same time reflecting on a certain strand of French lyrical abstraction/art informel developed in the 1960s. Its passage through Portugal was particularly well-received by the FCG, which had already showed interest in the aesthetic trend, as reflected in exhibitions of Vieira da Silva, Arpad Szenes, Manessier and Soulages, held between 1970 and 1977.
The exhibition included 63 paintings by 13 artists, and writer Max-Pol Fouchet (1913-1980) gave a conference on the theme of the event at its opening.
The exhibition received a considerable number of positive comments, although it was noted that the exhibition space did not have ideal conditions for displaying the works, bearing in mind that some would need more space for contemplation and interaction with the public (Di Maggio, Jornal Novo, 11 Jul. 1979). Some authors also criticised the selection of artists represented – a selection that was extensively justified by the artistic curator, Daniel Marchesseau, in the catalogue itself:
“(...) We chose the date 1956 so as not to include Nicolas de Stael, a key and pioneering figure of this movement, albeit after the event, but whose very short destiny was a question mark in 1955. The same thing happened with Wols. This exhibition therefore included only living painters. For this reason, artists as important as Fautrier, Bryen, Lanskoy and Poliakoff were excluded, perhaps wrongly. As our criteria were being defined, we also had to exclude the CoBrA group, whose expressionism is not very French (...). Then, those whose evolution over these years was so great that they could not be properly assessed by five canvases representing each of the artists chosen. (...). Tapiès was also left out, since his connection to the School of Paris is merely accidental. This meant our selection became more limited. (…)
We therefore hope that this display of a certain part of current French art at least has a quality of information that is as non-sectarian as possible, since it is true that this second School of Paris, which continues to produce many fulminations, shines across borders with all its glowing lights” (Escola de Paris 1956-1976, 1979).