A exposição «100 Anos de Arte Portuguesa» esteve patente de 15 a 30 de abril de 1987 no Centro de Arte da China, em Pequim. Frequentemente referida como a exposição-síntese, reuniu 85 obras apresentadas ao longo das exposições do ciclo «150 Anos de Arte Portuguesa», realizadas entre novembro de 1986 e março de 1987 no Museu Luís de Camões, em Macau.

Este ciclo de exposições foi uma iniciativa do Leal Senado de Macau e contou com a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) na recolha, embalagem, seguros e transporte das obras. Fizeram parte deste ciclo, as exposições: «Os Naturalistas», «Columbano Bordalo Pinheiro», «Os Pioneiros do Modernismo», «Almada Negreiros», «Os Anos 40 a 60 na Pintura Portuguesa» e «As Últimas Décadas». As obras apresentadas nas exposições foram selecionadas por um grupo de comissários constituído por Margarida Marques Matias (diretora da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves), Maria de Lourdes Bártholo (diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea), Rui Mário Gonçalves (crítico de arte), José Sommer Ribeiro (diretor do Centro de Arte Moderna da FCG), Fernando de Azevedo (assessor da FCG) e Sílvia Tavares Chicó (historiadora de arte).

O ciclo «150 Anos de Arte Portuguesa» e os catálogos publicados no âmbito das exposições deste ciclo foram premiados pela I Trienal de Museus «Mouseion», realizada em maio de 1987 no Rio de Janeiro, Brasil, como «Melhor Exposição Temporária» e «Melhor Conjunto de Publicações».

Estando a sua apresentação em Pequim prevista desde o início da produção do ciclo, a realização da exposição «100 Anos de Arte Portuguesa» foi concretizada com o apoio de Xiao Rong, filha do líder chinês Deng Xiaoping (Carta de António Conceição Jr. para José Sommer Ribeiro, 27 mar. 1987, Arquivos Gulbenkian, CAM 00111). A exposição revestiu-se de um «significado histórico fundamental nas relações dos dois países» (Ibid.).

Carolina Gouveia Matias, 2017