Robert Schad. Esculturas e Desenhos

Exposição itinerante de esculturas e desenhos do artista alemão Robert Schad (1953), apresentada pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o apoio do Institut für Auslandsbeziehungen em Estugarda, em colaboração com o Goethe-Institut em Lisboa e resultante de contactos entre o artista e a FCG, em 1981. A mostra contou com um total de 37 desenhos e esculturas feitos entre os anos de 1983 e 1986.
Travelling exhibition of sculptures and drawings by German artist Robert Schad (1953) presented by the Calouste Gulbenkian Foundation with support from the Institut für Auslandsbeziehungen in Stuttgart in collaboration with the Goethe-Institut in Lisbon, resulting from the artist's contact with the Foundation in 1981. The show featured 37 drawings and sculptures produced between 1983 and 1986.

Exposição itinerante de esculturas e desenhos do artista alemão Robert Schad (1953), apresentada pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o apoio do Institut für Auslandsbeziehungen, em Estugarda, em colaboração com o Goethe-Institut em Lisboa. A relação deste escultor alemão com Portugal remonta ao ano de 1981, período em que Robert Schad estudou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto (ESBAP) como bolseiro do Serviço Alemão de Intercâmbio Académico (DAAD). No ano seguinte, Schad seria galardoado com o Primeiro Prémio de Desenho da III Bienal de Vila Nova de Cerveira (1982). Participou ainda em exposições coletivas em Coimbra, no Edifício Chiado, e em Lisboa, na Galeria Quadrum (1983). Alguns anos mais tarde, em 1988, Robert Schad acabaria por fixar a sua segunda residência em Portugal (Chamosinhos, Vila Nova de Cerveira).

A iniciativa desta exposição resultou de contactos iniciados entre Robert Schad e a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), decorria o ano de 1981. A proposta foi também reforçada pelo pintor e professor Júlio Resende, que intercedeu junto da Fundação no sentido de dar oportunidade ao artista alemão de culminar a sua bolsa com a realização de uma exposição apoiada pela FCG, que beneficiaria as partes: a Fundação, pela qualidade e originalidade dos trabalhos deste artista; e Robert Schad, pela possibilidade prestigiante de expor na FCG (Carta de Júlio Resende para José Sommer Ribeiro, 5 fev. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00348).

Esta intenção acabaria por ser sucessivamente adiada, e somente em abril de 1985, após uma reunião entre Robert Schad e José Sommer Ribeiro, diretor do Centro de Arte Moderna, na qual participou também o pintor António Costa Pinheiro, se fixou uma data para a realização da exposição, programada para o ano seguinte, no piso 0 da Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG.

A mostra deixou de contemplar a ideia inicialmente prevista de apresentar os trabalhos realizados pelo artista no decurso da sua bolsa e passou a incidir sobre as pesquisas artísticas de Robert Schad realizadas entre os anos de 1983 e 1986. O conjunto apresentado era composto por 37 desenhos e esculturas desse período. As suas esculturas em materiais de construção pré-fabricados contrastantes (madeira/macio e ferro/duro) criavam estruturas complexas dispostas pela galeria e pontuadas por núcleos divisórios, pensados para a articulação de alguns grupos escultóricos com conjuntos de desenhos. Em comum, nas duas disciplinas artísticas, tratava-se de linhas (ou volumes lineares) que, pelas suas interseções, pela «via do construtivo», criavam movimentos, sinais que se assemelhavam a estruturas: «a linha que ao desenhar-se se aproxima da sensação corpórea figurativa» (Robert Schad. Esculturas e Desenhos, 1986).

Estes trabalhos situam-se numa fase em que o escultor substitui o tecido e a cera pela madeira e pelo ferro. Nas palavras do artista, interessava-lhe «seguir a abstracção do material, ou seja, abolir pura e simplesmente o romantismo material do tecido […] e de uma maneira mais elevada» aproximar-se do desenho (Ibid.).

A montagem permitia estabelecer relações entre os dois suportes artísticos autónomos, mas dialéticos: o desenho e a escultura. Nas palavras do crítico Alexandre Melo, a montagem produzia «estimulantes efeitos de “instalação”», «quer pela natureza das peças escultóricas, quer pela sua relação com os desenhos» (Melo, Expresso, 22 nov. 1986).

O artista e crítico angolano Edgardo Xavier, por sua vez, constatava a originalidade das suas esculturas: «Vê-lo na Fundação Calouste Gulbenkian não constituiu novidade para mim. Achei que toda a sua pesquisa só poderia acabar naquele construtivismo sem Naum Gabo, naquele eiffellismo sem Eiffell…» (Xavier, GAGAG. Revista de Artes Plásticas, jan. 1987, p. 16).

A introdução do catálogo é assinada pelo pintor Fernando de Azevedo, seguindo-se uma entrevista concedida por Robert Schad ao historiador de arte alemão Uwe Rüth, na qual são abordadas as tendências, as preocupações e o processo criativo de Robert Schad. O catálogo inclui reproduções das obras em exposição e a biografia do artista (Robert Schad. Esculturas e Desenhos, 1986).

A exposição foi realizada também em Coimbra, no Museu Machado de Castro; no Porto, no Palácio da Bolsa e no Museu Nacional de Soares dos Reis; em Madrid, no Centro Cultural de la Villa de Madrid; e em Barcelona, na Fundació Joan Miró, obedecendo a uma itinerância ibérica programada pela organização.

Filipa Coimbra, 2017

Travelling exhibition of sculptures and drawings by German artist Robert Schad (1953) presented by the Calouste Gulbenkian Foundation with the support of the Institut für Auslandsbeziehungen, in Stuttgart, in collaboration with the Goethe-Institut in Lisbon. The German sculptor’s relationship with Portugal dates back to 1981, when Robert Schad studied at the Porto School of Fine Arts (ESBAP) on a scholarship from the German Academic Exchange Service (DAAD). The following year, Schad would receive the First Drawing Award at the 3rd Biennale of Vila Nova de Cerveira (1982). He also took part in group exhibitions in Coimbra, at Edifício Chiado, and in Lisbon, at the Galeria Quadrum (1983). A few years later, in 1988, Robert Schad would establish a second home in Portugal (Chamosinhos, Vila Nova de Cerveira).

The initiative for this exhibition was the result of contacts established between Robert Schad and the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) in 1981. The proposal was strengthened by the painter and teacher Júlio Resende, who appealed to the Foundation to give the German artist a chance to culminate his grant in holding an exhibition supported by the FCG, which would benefit both parties: the Foundation, thanks to the quality of the artist’s work; and Robert Schad, for the prestigious possibility to exhibit at the FCG (Letter from Júlio Resende to José Sommer Ribeiro, 5 Feb. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00348).

This intention would be repeatedly postponed, and a date for the exhibition to be held was set only in April 1985, after a meeting between Robert Schad and José Sommer Ribeiro, director of the Modern Art Centre, in which the painter António Costa Pinheiro also took part. The exhibition was planned for the following year on the Ground Floor of the Temporary Exhibition Gallery in the FCG main building.

The show no longer included the idea initially mooted to present works created by the artist during his grant and instead dealt with artistic research by Robert Schad between 1983 and 1986. The pieces presented included 37 drawings and sculptures from that period. His sculptures used contrasting pre-fabricated building materials (soft/wood and hard/iron) to create complex structures arranged in the gallery and separated by dividing sections designed to connect certain sculpture groups with sets of drawings. The two art forms had in common lines (or linear volumes) that, due to their intersections through the “construction channel”, created movements, signs that were similar to structures: “the line that when drawn comes closer to a figurative, corporeal sensation” (Robert Schad. Esculturas e Desenhos, 1986).

These works are part of a phase in his artistic career when the sculptor replaced fabric and wax with wood and iron. In the artist’s words, he was interested in “following the abstraction of the material, in other words, purely and simply abolishing the material romanticism of fabric [...] and, in a higher way” coming closer to drawing (ibid.).

The way the exhibition was set up made it possible to establish relationships between the two autonomous but dialectic artistic media: drawing and sculpture. In the words of critic Alexandre Melo, the exhibition set-up produced “stimulating ‘installation’ effects”, “thanks to the nature of the sculptures and their relationship with the drawings” (Melo, Expresso, 22 Nov. 1986).

Angolan artist and critic Edgardo Xavier made reference to the originality of his sculptures: “Seeing him at the Calouste Gulbenkian Foundation was not new for me. I thought all his research could only end up in that constructivism without Naum Gabo, in that Eiffellism without Eiffell” (Xavier, GAGAG. Revista de Artes Plásticas, Jan. 1987, p. 16).

The introduction to the catalogue was written by painter Fernando de Azevedo, followed by an interview with Robert Schad by German art historian Uwe Rüth, dealing with Robert Schad’s tendencies, concerns and creative process. The catalogue includes reproductions of the works exhibited and the artist’s biography (Robert Schad. Esculturas e Desenhos, 1986).

The exhibition was also held in Coimbra, at the Museu Machado de Castro; in Porto, at the Palácio da Bolsa and the Museu Nacional Soares do Reis; in Madrid, at the Centro Cultural de la Villa de Madrid; and in Bacelona, at the Fundació Joan Miró, with its Iberian travels programmed by the organisation.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00348

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, cartazes e material de divulgação, correspondência recebida e expedida, lista de obras, elementos para o catálogo e recortes de imprensa. 1981 – 1987

Biblioteca de Arte Gulbenkian, Lisboa / Dossiê BA/FCG

Coleção de dossiês com recortes de imprensa de eventos realizados nas décadas de 80 e 90 do século XX, organizados de forma temática e cronológica. 1984 – 1997

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0184-D00543

2 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0184-D00544

3 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0184-D00545

16 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0184-D00546

38 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0184-D00546

11 provas, p.b.: aspetos (Porto, MNSR e P. Bolsa) 1986


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