Julius Bissier
1985
A exposição de trabalhos em aguarela, têmpera e tinta-da-china de Julius Bissier (1893-1965) inaugurou a 14 de fevereiro de 1985 na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). Em colaboração com o Goethe-Institut Portugal e com o Museu Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, de Düsseldorf, foram apresentadas 133 pequenas obras provenientes daquele museu, influenciadas pela filosofia e arte do Extremo Oriente.
No âmbito da inauguração da exposição, esteve planeada uma conferência por Werner Schmalenbach, diretor do Museu Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, mas esta acabou por não se realizar por razões de ordem pessoal que impediram o conferencista de se deslocar da República Federal da Alemanha.
O catálogo da exposição é prefaciado por José Sommer Ribeiro, diretor do Serviço de Exposições e Museografia da FCG, e inclui um texto crítico, assinado por Werner Schmalenbach, a reprodução de alguns dos trabalhos expostos e uma biografia do artista.
Antes da sua apresentação em Lisboa, a exposição esteve patente em Lausanne, na Galerie Alice Pauli (de 11 de outubro a 15 de dezembro de 1984), em Madrid, na Fundación Juan March (entre dezembro de 1984 e janeiro de 1985), e em Barcelona, na Fundació Joan Miró.
Para a preparação em Lisboa, em janeiro de 1984, H. A. Oehler, do Goethe-Institut Portugal, contacta José Sommer Ribeiro, a fim de lhe propor a organização desta exposição com a apresentação de trabalhos de Julius Bissier, que reunia, nomeadamente, a «valiosa colecção, propriedade da Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen» (Carta de H. A. Oehler para José Sommer Ribeiro, 25 jan. 1984, Arquivos Gulbenkian, SEM 00315).
Acordada a realização da exposição em Lisboa, em 20 de dezembro de 1984, Werner Schmalenbach propõe a Sommer Ribeiro que a mostra siga uma orientação cronológica e que seja lida através dos vários núcleos temáticos que constituem a obra do artista. Desta forma, sugere que a disposição dos diversos núcleos siga a seguinte ordem: desenhos a tinta-da-china figurativos, produzidos na década de 30; desenhos simbólicos de pequeno formato; desenhos raros de grande formato dos anos 40; um grupo de trabalhos a tinta-da-china da década de 50; e um grupo com miniaturas a têmpera e aguarela.
Segundo Schmalenbach, esta museografia, organizada por núcleos, asseguraria o interesse da visita à exposição «parce qu’on doit éviter le risque de monotonie» (Carta de Werner Schmalenbach para José Sommer Ribeiro, 20 dez. 1984, Arquivos Gulbenkian, SEM 00315).
Nesta mesma carta, Werner Schmalenbach alerta para a necessidade de se guardar espaço entre as obras, de forma a facilitar a sua leitura, e para a importância de não haver luz natural na sala. Confirma-se ainda a intenção de levar a exposição a Coimbra e ao Porto, embora não haja mais informações sobre estes dois eventos.
A revista Colóquio/Artes dedica um artigo à exposição, que considera «uma das mais importantes», referindo-se nestes termos a Julius Bissier: «[…] mal conhecido, ou mesmo desconhecido, em Portugal, pouco se sabia da sua influência e da verdadeira depuração a que a sua linguagem chegou.» (Azevedo, Colóquio/Artes, jun. 1985, p. 71)
Carolina Gouveia Matias, 2017
Lisboa, mar 1985
Lisboa, jun 1985
Lisboa, 27 fev 1985
Lisboa, 26 fev 1985
Lisboa, 24 fev 1985
Lisboa, 18 fev 1985
Lisboa, 14 fev 1985
Lisboa, 9 mar 1985
Lisboa, 8 mar 1985
Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, correspondência interna e externa, orçamentos, material para o catálogo, um catálogo da exposição na Galerie Alice Pauli, folhetos da exposição em Madrid e recortes de imprensa. 1984 – 1986
Coleção de dossiês com recortes de imprensa de eventos realizados nas décadas de 80 e 90 do século XX, organizados de forma temática e cronológica. 1984 – 1997
4 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1985
13 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1985
1986 / Itinerância Portugal, Espanha
1988 / Centro de Arte Moderna, Lisboa
1988 / Itinerância [organização externa]
2005 / Centro de Arte Moderna, Lisboa