Silvia Quandt

Exposição de um conjunto de 25 pinturas da artista alemã Silvia Quandt (1937), realizadas entre 1969 e 1987, com a parceria da Fundação Hypo-Kulturstiftung, de Munique. Esta mostra permitiu fazer um percurso de dezoito anos de trabalho, em que a artista foi construindo uma linguagem «pop», muitas vezes com referências diretamente replicadas do Surrealismo.
Exhibition held in partnership with Munich's Hypo-Kulturstiftung Foundation displaying 25 paintings by the German artist Silvia Quandt (1937) produced between 1969 and 1987. The show traced the artist's production over a period of 18 years, as she created a visual, pop art-inspired language with many direct references to surrealism.

A exposição de Silvia Quandt (1937) na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) decorreu de uma parceria com a Fundação Hypo-Kulturstiftung (FHK), de Munique, e começou a ser preparada no início de 1988.

Data de 12 de janeiro um ofício proveniente da FHK, dirigido por Peter A. a José Sommer Ribeiro, oficializando a sugestão de realização da exposição, no seguimento de anterior contacto telefónico mantido com o então diretor do Centro de Arte Moderna da FCG.

Referia essa comunicação que a obra da artista berlinense iria ser objeto de uma exposição em Wiesbaden, de 8 de maio a 19 de junho de 1988, no decurso da qual as obras poderiam seguir para a FCG para serem expostas em Lisboa (Ofício de Peter A. Ade para José Sommer Ribeiro, 12 jan. 1988, Arquivos Gulbenkian, CAM 00044). Em anexo a essa correspondência, seguiu um catálogo da obra da artista (Silvia Quandt. Ausgestellte Werke, Arquivos Gulbenkian, CAM 00044).

Após a sua análise, José Sommer Ribeiro daria parecer favorável à produção da mostra, que inauguraria a 28 de junho de 1988 na Sala de Exposições Temporárias do CAM. Incluiria 25 obras, todas por empréstimo da autora, que chegariam a Lisboa, vindas de Munique, a 20 de junho de 1988, assumindo prontamente a FHK os custos de expedição e seguro, por sua vez suportados pela FCG no retorno das obras à Alemanha, aquando do termo da exposição.

Por solicitação de José Sommer Ribeiro, a FHK cederia também 25 «ektachromes» para a reprodução fotográfica das obras no catálogo da FCG, concedendo ainda a autorização de utilização de um prefácio da autoria de Erich Steingräber, que mereceu uma tradução portuguesa nessa mesma publicação.

Com reproduções fotográficas individualizadas de todas as obras expostas, o catálogo da FCG permite visitar a obra da artista alemã a partir de uma seleção compreendida entre 1969 e 1987. Como salienta Sommer Ribeiro no seu texto de apresentação, as telas apresentadas puxam para si afinidades com o legado surrealista, ao mesmo tempo que o aliam a estratégias comunicativas das artes gráficas e da publicidade. A estética surrealista transforma-se assim, juntamente com outras reminiscências modernistas, numa espécie de ícone publicitário. Tornando-se elas próprias clichés, essas referências artísticas podem incitar a uma reflexão sobre a sociedade contemporânea e o lugar da arte dentro da imagética mais difundida pelos media.

A obra pictórica apresentada por Silvia Quandt na Gulbenkian surge assim enquadrável com a Pop Art e o Neodadaísmo. Aparenta não temer uma certa dimensão kitsch, que o seu trabalho tantas vezes cita e que espelha a sociedade de consumo. Envolvendo por vezes a colagem de recortes de revistas ou a pintura a óleo de imagens mecanicamente reproduzidas, o conjunto de peças apresentado na FCG dialoga com a história da arte, da política e da religião, dando-lhes uma roupagem fetichista. Parece ser esse o modo de estas imagens problematizarem a era de capitalismo massificado, de onde provêm e para onde se dirigem.

Daniel Peres, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00044

Pasta com documentação referente à produção da exposição. 1988 – 1988

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM-S005/01/01-P0050

Coleção fotográfica, p.b.: aspetos (FCG-CAM, Lisboa) 1988


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