Léon Spilliaert

Exposição itinerante e retrospetiva da obra do pintor flamengo Léon Spilliaert (1881-1946), mostrada pela primeira vez em Portugal e realizada por ocasião da visita oficial dos reis da Bélgica. O objetivo da mostra passava pela apresentação da evolução da sua obra, cerca de 160 trabalhos de 1900 a 1945, dividida tematicamente em autorretrato, retrato e natureza.
Travelling retrospective exhibition of Flemish painter Léon Spilliaert (1881-1946) held for the first time in Portugal in honour of the royal visit of the king and queen of Belgium. The show traced the artist's creative evolution in a display of approximately 160 artworks completed between 1900 and 1945, divided into sections on self-portraiture, portraiture, and naturalistic themes.

Esta exposição, inicialmente apresentada em Espanha no âmbito do acordo cultural belgo-espanhol, foi estendida a Lisboa por sugestão do Comissariado-Geral para a Cooperação Cultural Internacional da Comunidade Flamenga da Bélgica.

A iniciativa, ao mesmo tempo que veio reforçar as relações diplomáticas entre Portugal e a comunidade flamenga, possibilitou a primeira apresentação entre nós da obra de Léon Spilliaert (1881-1946), «pintor destacado na moderna pintura flamenga, situando-se, pelo menos, no mesmo nível de René Magritte e Paul Delvaux», nas palavras de Vieira Gonçalves, diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros (Carta de Vieira Gonçalves para José de Azeredo Perdigão, 13 jul. 1983, Arquivos Gulbenkian, SEM 00307).

A exposição foi organizada pelo Comissariado-Geral para a Cooperação Cultural Internacional da Comunidade Flamenga da Bélgica e apresentada pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração da Embaixada da Bélgica em Portugal, por ocasião da visita oficial dos reis da Bélgica a Lisboa. A rainha Fabíola inaugurou a exposição a 23 de outubro de 1984, mantendo-se esta aberta ao público até 18 de novembro desse mesmo ano. Ainda no âmbito da inauguração, foi proferida pelo curador Frank P. Edebau uma conferência sobre Léon Spilliaert, no Auditório 2 da FCG. A exposição foi comissariada por Diane Verstraeten, diretora-geral do Secretariado da Política Estrangeira da Comunidade Flamenga, tendo contado igualmente com o apoio da filha do pintor, Madeleine Spilliaert.

O objetivo da exposição passava pela apresentação da evolução da obra de Spilliaert, reunindo cerca de 160 trabalhos, de 1900 a 1945, distribuídos tematicamente por autorretrato, retrato e natureza – que compreendia paisagens, naturezas-mortas, além de um interessante núcleo sobre o mar do Norte. Em todas as secções temáticas era transversal o tema da solidão.

Além das pinturas e dos desenhos, a exposição incluiu uma secção documental, onde foi reunida correspondência entre o artista e os seus amigos (poetas, artistas, escritores e críticos de arte), fotografias, livros e alguma bibliografia de arte.

No catálogo, José Sommer Ribeiro refere-se à cor e à técnica peculiares da obra de Spilliaert, salientando que este raramente utiliza o óleo, preferindo as técnicas mistas, característica que, embora não o posicione estilisticamente dentro da arte moderna, lhe confere algumas afinidades com o simbolismo, o expressionismo e o surrealismo.

Os restantes textos do catálogo são assinados por Diane Verstraeten, Frank P. Edebau e Lydia M. A. Schoonbaert, e abordam a vida e a obra de Spilliaert. As fotografias do catálogo, reproduzindo obras do pintor Léon Spilliaert, foram cedidas pelo Comissariado-Geral para a Cooperação Cultural Internacional da Comunidade Flamenga da Bélgica.

Entre os textos de imprensa alusivos à exposição, Manuela de Azevedo escreve sobre o trabalho de Spilliaert em geral, concluindo que o pintor transmite «serenidade» (Azevedo, Diário de Notícias, 2 dez. 1984).

No jornal O Diário, um artigo de 28 de outubro de 1984 elogia tanto as obras expostas como este tipo de iniciativas produzidas pela FCG: «Parece estar a implantar-se o bom hábito de fazer acompanhar as visitas de chefes de estado estrangeiros com manifestações artísticas e, designadamente, com mostras de pintura. Oxalá o hábito crie raízes para que nem tudo seja apenas protocolo estéril e palavras sonoras.» (H. F., O Diário, 28 dez. 1984)

Em data anterior, o mesmo jornal, num pequeno artigo de divulgação, refere-se à exposição como uma «das melhores coisas que os soberanos belgas trouxeram nas bagagens, na recente visita que fizeram ao nosso país» («Léon Spilliaert na Gulbenkian», O Diário, 29 out. 1984).

Carolina Gouveia Matias, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Conferência / Palestra

[Léon Spilliaert]

23 out 1984
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Visita oficial

[Léon Spilliaert]

23 out 1984
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Conferência «Léon Spilliaert». José Sommer Ribeiro (à esq.)
José Sommer Ribeiro (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (ao centro)
José Sommer Ribeiro (à esq.) e José de Azeredo Perdigão (ao centro)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00307

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, correspondência interna e externa, orçamentos, material para o catálogo e recortes de imprensa. 1983 – 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02181

5 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02182

2 provas, p.b.: conferência (FCG, Lisboa) 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02196

26 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0480-D01360

50 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1982


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