Numa iniciativa conjunta da Embaixada da Jugoslávia em Lisboa e da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), inaugurou-se em fevereiro de 1979 uma importante exposição de arte jugoslava contemporânea, comissariada pelo conservador-chefe da Moderna Galerija, em Liubliana, Zoran Kržišnik, e reunindo um total de 110 obras de arte, classificadas entre pintura, escultura, gravura e tapeçaria, da autoria de 21 artistas.

A Fundação Calouste Gulbenkian não perdeu a oportunidade de patentear um importante e representativo conjunto de obras de artistas jugoslavos, contribuindo assim para o melhor conhecimento em Portugal da arte jugoslava.

A exposição foi igualmente apresentada nas cidades do Porto e de Évora, dando continuidade ao movimento de descentralização cultural e artística em que a Fundação Calouste Gulbenkian se vinha empenhando.

De entre as exposições apresentadas pela FCG após o 25 de abril de 1974, integradas no objetivo específico de trazer a Portugal manifestações culturais provenientes de países que até então, por razões políticas e ideológicas, não tinham sido institucionalmente apoiadas, esta exposição de «Arte Jugoslava Contemporânea», segundo o crítico e pintor Fernando de Azevedo, revestia-se de particular interesse: «[…] distinguia-se de outras, já entretanto vistas, vindas do horizonte socialista, por uma qualidade intrínseca, distanciando-se dos simplismos de exaltação ideológica acentuados em muitas daquelas e mostrando haver uma compatibilidade conseguida entre a independência do acto criativo e as estruturas oficias de protecção, ou incitamento cultural, na Jugoslávia, ao exercerem uma acção aberta e exemplar.» (Colóquio/Artes, n.º 40, mar. 1979)

Joana Brito, 2017