Exposição dedicada à gravura búlgara contemporânea, apresentada por ocasião do «centenário da libertação da Bulgária do jugo otomano» (1878), cuja realização partiu da iniciativa da Embaixada da Bulgária em Portugal, com organização do Serviço de Exposições e Museografia da Fundação Calouste Gulbenkian (Carta da Embaixada da República Popular da Bulgária em Portugal para a Fundação Calouste Gulbenkian, 15 mar. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00118).

A mostra apresentou um total de 81 gravuras de 21 artistas búlgaros, com predominância do género figurativo, realizadas nas mais diversas técnicas, nomeadamente água-forte, litografia, água-tinta e ponta seca.

Os artistas representados, nascidos entre os anos de 1925 e 1950, revelavam o novo fôlego da gravura búlgara contemporânea, cujo florescimento havia surgido na Bulgária socialista.

Dedicada a esta técnica amplamente destacada nas práticas artísticas búlgaras, a exposição procurava evidenciar o contributo de artistas cujo «reportório técnico foi diversificado, [e] os compromissos com as questões do mundo contemporâneo e da própria arte foram elevados e mais determinados» (Gravura Búlgara Contemporânea, 1978).

Esta exposição, integrada nas manifestações de âmbito diplomático, tinha também como objetivo estreitar as relações entre a Bulgária e Portugal, nomeadamente no domínio artístico. Neste sentido, o embaixador búlgaro em Portugal, Dimitar Traykov, afirmaria: «Creio que esta iniciativa é só o início da nossa futura colaboração no campo da arte e da cultura, pelo qual pode desde já contar com a nossa mais sincera colaboração e ajuda.» (Carta da Embaixada da República Popular da Bulgária em Portugal para a Fundação Calouste Gulbenkian, 15 mar. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00118)

Filipa Coimbra, 2017