Exposição do gravador Rolf Nesch (1893-1975), organizada num contexto de aproximação diplomática entre a Noruega e a Fundação Calouste Gulbenkian, que apresentou na mesma data outra exposição com tema naquele país: «Stavkirke: Igrejas de Madeira na Noruega».

Organizada pela Riksgalleri (galeria do Estado norueguês responsável pela organização de exposições itinerantes), sediada em Oslo, esta mostra terá passado por quatro cidades alemãs antes de se instalar em Lisboa. Na documentação consultada, foi possível confirmar a sua exibição em Heidelberg e Würzburg.

A sua montagem em Lisboa contou com o apoio da Embaixada da Noruega em Portugal, através da qual terá sido possível negociar com a Companhia de Navegação Fred Olsen & Co. o transporte gratuito das obras, de Oslo para Lisboa e regresso.

Reuniu um conjunto de obras produzidas por Rolf Nesch ao longo de cinquenta anos: a obra mais antiga em exposição era uma água-tinta de 1923 (Steinerne Jungfrauen), e a mais recente era uma impressão em metal datada de 1971 (Hommage à Dürer). Apesar das 86 peças expostas, J. Askeland, diretor da Riksgalleri, viria a salientar a dificuldade de se mostrarem «as múltiplas facetas» deste artista nascido na Alemanha e estabelecido na Noruega em 1933 (aos 40 anos), após a ascensão do regime nazi (Rolf Nesch. Obra gráfica de cinco decénios, 1980).

As obras apresentadas nesta exposição tinham como referente vivências do país natal do artista (retratos da vida nos cafés, a música, as pontes de Hamburgo), bem como do país que escolheu para se exilar e onde viria a falecer.

Joana Brito, 2015