Organizada em colaboração com a Embaixada da Noruega em Portugal, a exposição «Stavkirke: Igrejas de Madeira na Noruega» esteve patente na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) em agosto de 1980, num contexto que pretendeu divulgar as especificidades da arquitetura religiosa tradicional da Noruega. Em documentação trocada entre o embaixador da Noruega em Portugal, Leif Edwardsen, e José Sommer Ribeiro, são discutidos assuntos sobre a montagem e organização desta exposição, incluindo a possibilidade de a mesma ter itinerância por várias cidades portuguesas. Porém, os registos documentais confirmam a sua remontagem apenas na cidade de Montemor-o-Novo, evento bastante elogiado aquando da sua realização naquela localidade (Carta de José Paulo Nunes de Oliveira para Leif Edwardsen, 4 mai. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00187).

O texto do catálogo evidencia os propósitos da exposição: «Enquanto que na Europa o emprego da madeira nas construções de igrejas desapareceu relativamente cedo, os noruegueses continuaram a construir com este material tanto casas como igrejas, embora se tenham edificado numerosos templos de pedra, a stavkirke erguia-se sempre nos arredores. Entre as 1300 igrejas, aproximadamente do ano 1300, bastante mais de metade devia corresponder ao modelo stavkirke. Actualmente restam apenas cerca de 30. […] Formando um contraste singular com as singelas igrejas de pedra, branqueadas com cal, as sombrias stavkirke, tostadas pelo sol, erguiam-se com as suas inteligentes fórmulas técnicas, as suas generosas portadas em estilo dragão e os seus interiores escuros.» (‘Stavkirke’: Igrejas de Madeira na Noruega, 1980)

Joana Brito, 2015