Casa-Arquivo. Jorge Lopes

Programa Gulbenkian Próximo Futuro. Ciclo «Arte Pública»

Intervenção do artista português Jorge Lopes, integrada no ciclo «Arte Pública» organizado no âmbito do Programa Gulbenkian «Próximo Futuro». A convite de António Pinto Ribeiro, coordenador do programa, o artista construiu um espaço-abrigo cujas paredes são forradas com reproduções de páginas do jornal «Próximo Futuro».
Art installation by Portuguese artist Jorge Lopes included in the public art exhibitions for the Gulbenkian Next Future Programme. At the invitation of programme director António Pinto Ribeiro, the artist created a sheltered area, the walls of which were covered with pages from issues of the Próximo Futuro/Next Future publication.

A convite de António Pinto Ribeiro, programador-geral do Programa Gulbenkian «Próximo Futuro», o arquiteto Jorge Lopes integrou o grupo de artistas selecionados para o Ciclo «Arte Pública», uma iniciativa que pretendia «proporcionar o confronto dos visitantes habituais e ocasionais dos espaços públicos da Fundação com estas e outras instalações, contribuindo para o debate sobre a intervenção das obras de arte no espaço público» (Próximo Futuro [blogue], jun. 2010). Nos meses de verão, ao longo de todas as edições do Programa «Próximo Futuro», e em complemento aos outros eventos programados, foram integradas estruturas artísticas de cariz público e coletivo no espaço do Jardim Gulbenkian. As estruturas integravam a programação de «Arte Pública» do Programa, a par dos outros trabalhos de artes visuais.

Criado em 2009, o «Próximo Futuro» foi um projeto temporário programado por António Pinto Ribeiro para três anos, mas que viria a prolongar-se até 2015. O projeto tinha como mote a promoção e divulgação da criação artística de África, América Latina e Caraíbas e apostava na transversalidade do seu programa, com conferências, exposições e espetáculos. Segundo António Pinto Ribeiro, preconizava-se o «direito dos artistas e dos trabalhadores da cultura dos países terceiros a aprender, estudar e apresentar as suas propostas culturais e artísticas aos cidadãos europeus e suas organizações» («Próximo Futuro traz África e América Latina à Gulbenkian», Diário de Notícias, 19 mai. 2010).

O «Próximo Futuro» convidava assim, todos os anos, um artista diferente para, primeiro, pensar no conceito proposto e, posteriormente, realizar a obra, bem como escolher a sua localização no espaço exterior do Jardim. Estas estruturas tinham a forma de abrigo (tenda, cabana, casa-aquivo) ou de rulote. Os abrigos tinham essencialmente a função de acolher o público e os oradores que participavam nas conferências que integravam a programação; as rulotes serviam de apoio aos eventos, nomeadamente para dispensar alimentos.

Ao contrário das outras intervenções de Arte Pública espalhadas pelo Jardim Gulbenkian, as estruturas identificadas como abrigos foram criadas com uma função específica. Nesse sentido, ao longo de três anos foi convidado um artista ou um arquiteto para pensar e criar um espaço no Jardim que acolhesse o público e os convidados dos seus vários eventos: ciclos de cinema, peças de teatro, dança, conversas e conferências.

Em 2015, no último ano de existência do programa, o abrigo tornou-se também um projeto que guardava as memórias das iniciativas dos anos anteriores, através do formato de Casa-Arquivo, o qual permitia «recordar as centenas de pessoas que já colaboraram com este programa, reviver momentos de grandes intensidades emotivas e físicas e também de reflexão sobre o futuro […] destes territórios culturais e políticos que têm sido a razão de ser deste Programa» (Próximo Futuro [blogue], 2015).

Para a construção deste «arquivo», que se tornou também «casa», pois a sua função era a de espaço para abrigar eventos, foi convidado Jorge Lopes, um colaborador permanente deste programa Gulbenkian. A construção tinha parte das paredes cobertas com jornais Próximo Futuro, publicados ao longo dos sete anos de conferências, exposições, debates, produções, criações, ciclos de cinema, espetáculos, festas, entre outros. Esta instalação, que se situava numa das entradas do Jardim Gulbenkian, chamava a atenção do visitante, que imediatamente se confrontava com a transversalidade da programação do «Próximo Futuro».

Ana Lúcia Luz, 2020


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Programa cultural

Programa Próximo Futuro

2009 – 2015
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal

Publicações


Exposições Relacionadas

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2014 / Jardim Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

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