Lourdes Castro. Todos os Livros

Exposição individual da artista Lourdes Castro (1930-2022), com curadoria de Paulo Pires do Vale e Ana Barata. A mostra reuniu um conjunto de livros de artista de Lourdes Castro, com o intuito de dar a conhecer o seu pensamento plástico ao longo de vários anos da sua produção.
Solo exhibition of work by artist Lourdes Castro (1930-2022) curated by Paulo Pires do Vale and Ana Barata. The show featured a selection of the artist’s books, showcasing Castro’s artistic thought process throughout her career.

«Lourdes Castro. Todos os Livros» surge como a primeira de várias exposições coorganizadas pela Biblioteca de Arte (BA) da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) para a Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian – espaço situado em frente à entrada da Biblioteca de Arte.

A curadoria da exposição coube a Paulo Pires do Vale, com Ana Barata, bibliotecária da BA, a encarregar-se da coordenação executiva. A mostra inaugurou a 8 de julho de 2015, ficando patente entre os dias 9 de julho e 26 de outubro do mesmo ano.

Reunindo cerca de 50 livros, o conjunto exposto remonta ao início do percurso autoral de Lourdes Castro (1930-2022), na segunda metade da década de 1950. Salientou como o pensamento plástico em torno do livro foi acompanhando – e por vezes impulsionando – as fases mais definidoras do trabalho da artista.

As peças mais antigas expostas datam de 1956, quando a autora ainda se encontrava em Lisboa. Obras como Um Livro de Modas, daquele ano, ou Um Livro, de 1957, afirmam a colagem de imagens e objetos apropriados como terreno preferencial da poética do quotidiano que a sua obra futura desenvolveria. É também nesta fase inicial que realiza transcrições caligráficas de textos de Rilke, Apollinaire, Rimbaud, Éluard, Herberto Helder, cruzando-os com a colagem e o desenho. Dedica pequenos livros a excertos de cada um destes escritores, e esta exposição incluía vários. Este «copismo» criativo (via de interiorização e aprofundamento daquelas obras literárias) coincide com a passagem da artista por Munique, em 1957, e com o seu estabelecimento em Paris, em 1958.

É na capital francesa que funda, com René Bertholo (1935-2005), a revista e editora KWY (1958-1968). O projeto agrega rapidamente Gonçalo Duarte (1935-1986), José Escada (1934-1980), João Vieira (1934-2009) e Costa Pinheiro (1932-2015), artistas portugueses que, tal como Lourdes Castro e René Bertholo, usufruíram das primeiras bolsas de estudo atribuídas pela FCG. Juntam-se-lhes o alemão Jan Voss (1936) e o búlgaro Christo (1935-2020), entre outras participações mais pontuais.

Esta exposição integrou vários livros de Lourdes Castro com o timbre KWY. Entre eles, o exemplar único de Espèce de Catalogue, de 1961, que confirma confluências com a toada de neodadaísmo preconizada pelo Nouveau Réalisme. No ano seguinte, as silhuetas de Prints Lourdes Castro and Comments Benjamin Patterson, também publicadas pela KWY (setembro/outubro de 1962), lançam caminhos à sombra projetada, universo central da obra de Lourdes Castro e que se afirmará totalmente a partir de 1963. Ombres Transparentes, já de 1967, transfere para formato bibliográfico exercícios de sombras recortadas em materiais translúcidos coloridos (neste caso, o rhodoïd), na sequência dos trabalhos com plexiglas que ocupam a autora a partir de meados da década de 1960.

De 1970, foi apresentado o livro P.P. "O-E" (extrait) 1958 Bernard Heidsieck, todo ele em plexiglas, que se atualiza com correntes da poesia concreta e do conceptualismo linguístico. Na obra da autora, este início dos anos 70 reafirma novas concretizações da atenção atribuída pela artista à palavra. Um exemplo são os Avessos Encadeados – obras entre as mais destacadas a propósito desta mostra de 2015. Trata-se de livros que apresentam páginas bordadas. Começam por enunciar um signo verbal (como «Sombra»; «09-12-1930»), um caráter japonês que, para aparecer decifrável na frente da folha, produz linhas ilegíveis no verso – um «avesso das letras», como lhe chama a artista (Lourdes Castro. Todos os Livros, 2015, p. 131). Este padrão abstrato é depois bordado novamente na frente da folha seguinte, gerando uma nova derivação no verso – e assim sucessivamente. A folha que fecha esta metamorfose de ritmos lineares apresenta o pontilhado resultante das perfurações da agulha ao bordar o signo inicial. Na maior parte dos casos, contém igualmente o «avesso» da assinatura da artista e da datação da peça – elementos que se revelam legíveis no verso desta folha final.

Também nos anos 70 foi exposto, pela primeira vez, Un Autre Livre Rouge (I e II) – um dos muitos trabalhos que a artista realiza com Manuel Zimbro (1944-2003) a partir dessa década. O catálogo de exposição esclarece que foi «pensado e começado em 1973», numa altura em que os dois artistas se mudam de Paris para Berlim. A referência irónica ao Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung e à revolução cultural chinesa (na ordem do dia nas décadas 1960 e 1970) é revertida para um imenso caudal de imagens e objetos apropriados que têm na cor vermelha uma referência. Vão do plano mais íntimo ao mais social, da arte à cultura de massas e à sociedade de consumo. A obra foi montada numa sala própria, desdobrando-se como instalação museológica. As páginas do volume I ocupavam as paredes, ao passo que uma vitrina, ao centro da sala, apresentava o volume II rodeado de uma miríade de objetos que participavam neste jogo de ephemera e memorabilia.

No contexto da exposição, foi lançado um livro com fac-símile dos dois volumes – publicação coeditada pela FCG e pela Sistema Solar (Documenta). A mesma colaboração editorial se verificou para o catálogo de exposição, ao qual Lourdes Castro decidiu chamar «catálogo comprovado», jogando com o caráter raisonné que o título da própria mostra indicia (Ibid., p. 127). O catálogo inclui ensaios de Paulo Pires do Vale, Johanna Drucker e José Luís Porfírio.

No seu texto, Pires do Vale cita Paul Claudel para caracterizar o livro como «laboratório da imaginação» – ideia que se materializa decididamente naquilo que o curador designa como a «bibliopraxis» de Lourdes Castro e a sua assunção do «livro como atelier» (Ibid., p. 125). Em suma, reitera que um livro de artista não é um objeto que contém ou refere um exercício artístico. É sim, ele próprio, uma obra de arte, confirmada em toda a praxis que lhe subjaz.

Pires do Vale reforça que esse valor de «unidade» é válido quer para os exemplares únicos, quer para as séries replicadas manualmente, quer para as edições mais mecanizadas e de tiragens mais vastas (Ibid., p. 127). Esta afirmação do livro de artista como obra autónoma é obviamente determinante para as categorias que a crítica e a história da arte delineiam para este campo específico de criação. Sem preocupação de responder perante a História, é face a esses discursos que os livros de Lourdes Castro surgem hoje como precursores do livro de artista contemporâneo.

Naturalmente que muitas das peças expostas têm no manuseamento um fator substancial, algo que, por compreensíveis imperativos de conservação, não foi possível no espaço expositivo (espécie de «prejuízo museológico» que se verifica quando os valores da História se sobrepõem à natureza dos objetos). Para lidar com esse condicionamento, era apresentado um vídeo, realizado por Márcia Lessa, que funcionava como uma sessão de consulta. Esse registo foi disponibilizado online no canal de Youtube da Fundação.

A exposição contou também com obras que, embora extravasando o livro de artista e o livro-objeto, estabelecem relações evidentes com esse âmbito. É o caso da assemblagem Letras e Duas Casas, de 1962 (Inv. 10P1622) (uma das várias composições prateadas que integram letras coladas), bem como obras em que figuram leitores. Uma delas é o óleo sobre madeira que abria a mostra – Que lês Maria Alice? (1956) –, dos tempos da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foram também expostos dois lençóis bordados com sombras projetadas (entre os muitos realizados no final da década de 1960), neste caso de amigos que leem, e que foram montados junto dos livros bordados já referidos. Incluiu-se também uma sombra recortada em plexiglas, mostrando igualmente uma pessoa a ler.

À data desta exposição, três dos livros expostos integravam o acervo da Biblioteca de Arte da FCG: o já citado A Praia Formosa..., de 2008, Par suite, de 1966 e Herberto Helder, de 1958. Este último mereceu uma breve recensão de Ana Barata, publicada na Newsletter da Fundação Calouste Gulbenkian (Newsletter. Fundação Calouste Gulbenkian, n.º 168, set. 2015, pp. 38-39).

Segundo o Relatório Balanço e Contas da FCG para o ano de 2015, a exposição «foi vista por 7610 pessoas, tendo sido realizadas 18 visitas de estudo» (Relatório e Contas. FCG, 2015, 2016, p. 65).

Na imprensa, refira-se o artigo de Alexandra Prado Coelho, citando comentários do curador e da artista (Coelho, Público. Ípsilon, 10 jul. 2015). Nele é referido um aspeto merecedor de reflexão: esta mostra de 2015 não incluiu nenhum dos Álbuns de Família de Lourdes Castro – trabalho de continuidade, iniciado em 1963. Tal ter-se-á devido «em parte [,] porque ainda [eram] uma obra aberta, em construção» (Ibid.). No ano seguinte a «Todos os Livros», 36 Álbuns de Família mereceriam uma exposição específica na CulturgestLourdes Castro. Os Meus Álbuns de Família Um a Um», 2016).

O Grande Herbário de Sombras (objeto de uma exposição na FCG em 2002-2003) foi outra obra que, apesar de se aproximar de um formato bibliográfico, não teve enquadramento nem na exposição nem no catálogo que a artista «comprovou» com «todos os livros».

Vários motivos poderiam justificar estas ausências. Entre eles poderá contar-se o facto de ambas as peças não serem assumidas como «livros». Num dos casos, trata-se de «álbuns»; noutro, de algo que se enquadrará mais sob a designação de «portfólio». Naturalmente que estas divergências terminológicas encerram diferenças conceptuais. Contudo, a exposição de 2015 incluiu de facto uma peça de 1962 chamada somente Album, além de um calendário e do próprio Un Autre Livre Rouge, que, como adianta o curador, «foi incluído, ainda que formalmente esteja mais próximo do portfólio, devido à sua unidade temática e à designação de livro que o seu título indica» (Lourdes Castro. Todos os Livros, 2015, p. 127). Importa realçar que a flexibilização do conceito de livro, a sua «desformatação», é um elemento central na história dos livros de artista e do livro-objeto, na qual o trabalho de Lourdes Castro se inscreve.

«Lourdes Castro. Todos os Livros» foi referida como a primeira grande exposição antológica dedicada ao trabalho de um autor no campo do livro de artista e livro-objeto. Consiste num dos marcos mais destacados da já longa história que vai ligando Lourdes Castro à FCG. Como já foi referido, essa relação inicia-se com a atribuição de uma das primeiras bolsas de estudo da Fundação, em 1958. Dois anos depois, em 1960, a Gulbenkian articula a organização de uma exposição coletiva dos principais artistas associados à KWY, na Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa.

Desde então, a obra da artista tem vindo a compor um dos núcleos autorais elementares da atual coleção do Centro de Arte Moderna. Tem sido profusamente apresentada em iniciativas da FCG, das quais se destacam a exposição antológica «Além da Sombra», de 1992.

Daniel Peres, 2019

Lourdes Castro. Todos os Livros” (Lourdes Castro. All the Books) was the first in a series of exhibitions jointly organised with the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) Art Library (BA) for the Temporary Exhibitions Gallery of the Calouste Gulbenkian Museum – a space located opposite the entrance to the Art Library.

The exhibition was curated by Paulo Pires do Vale, with Ana Barata, a librarian at the Art Library, acting as executive coordinator. The show opened on 8 July 2015 and ran from 9 July to 26 October of the same year.

Bringing together almost 50 books, the exhibition stretches back to the beginning of Lourdes Castro’s career as an author, in the latter half of the 1950s. It highlighted how her aesthetic reflection on books accompanied – and sometimes even provided the impetus for – her best-known artworks.

The earliest pieces on display date from 1956, when the author was still in Lisbon. Works such as Um Livro de Modas, from that year, and Um Livro, from 1957, use collage and found objects as fertile ground for the poetics of the everyday she would explore in her later works. In this early phase, she also produced handwritten copies of texts by Rilke, Apollinaire, Rimbaud, Éluard and Herberto Helder, combining them with collage and drawing. She devotes small books to extracts from each of these authors, several of which appeared in this exhibition. This creative “copying” (a means of internalising and exploring those literary works) coincides with the artist’s sojourn in Munich in 1957 and move to Paris in 1958.

It was in the French capital that she and René Bertholo (1935-2005) founded the magazine and publishing house KWY (1958-1968). The project soon welcomed to the fold Gonçalo Duarte (1935-1986), José Escada (1934-1980), João Vieira (1934-2009) and Costa Pinheiro (1932-2015), Portuguese artists who, like Lourdes Castro and René Bertholo themselves, benefitted from some of the earliest FCG grants. They were joined by the German Jan Voss (1936) and the Bulgarian Christo (1935-2020), among other more sporadic contributors.

This exhibition featured several of the books Lourdes Castro released through KWY. Among them was the only copy of Espèce de Catalogue, from 1961, which bears the influence of Neo-Dada-inspired Nouveau Réalisme. The following year, the silhouettes of Prints Lourdes Castro and Comments Benjamin Patterson, also published by KWY (September/October 1962), initiated an exploration of projected shadows, central to Lourdes Castro’s work and more fully realised from 1963 onwards. Ombres Transparentes, dated 1967, is a book version of the experiments with cut-out silhouettes in translucent coloured materials (in this case Rhodoid), a continuation of the series of plexiglass pieces that the author produced from the mid-1960s.

Also featured was the 1970 book P.P. "O-E" (extrait) 1958 Bernard Heidsieck, made entirely of plexiglass, brought up to date with elements of concrete poetry and linguistic conceptualism. These early years of the 1970s would see the artist use new means of exploring her interest in the written word in her work. This is exemplified by the Avessos Encadeados – among the standouts of this 2015 exhibition. These were books with embroidered pages. They began with a simple verbal sign such as “Shadow”, “09-12-1930”, or a Japanese character which, in order to be decipherable from the front of the page, produce illegible lines on the reverse – something the artist calls the “reverse of letters” (Lourdes Castro. Todos os Livros, 2015, p. 131). This abstract pattern is then embroidered again on the front of the following page, creating a new derivative on the back – and so it continues. The final page in this metamorphosis of rhythmic lines shows the dotted pattern resulting from the needle holes when embroidering the original sign. In most cases, they contain both the “reverse” of the artist’s signature and the date of the piece – elements that are legible on the back of this final page.

Another 1970s work, Un Autre Livre Rouge (I and II) was also exhibited for the first time. This was one of many works the artist produced with Manuel Zimbro (1944-2003) from that decade on. The exhibition catalogue reveals that it was “conceived and started in 1973”, at the time both artists moved from Paris to Berlin. The ironic reference to Mao Tsé-Tung’s Little Red Book and the Chinese cultural revolution (which was making the headlines in the 1960s and 1970) is channelled into a vast stream of found images and objects united by the colour red. They span the private and public spheres, from art to mass culture and consumer goods. The work was exhibited in its own room, unfolding like a museum exhibition. The pages of volume I filled the walls, while a display case in the centre of the room contained volume II surrounded by a myriad of objects belonging to this collection of ephemera and memorabilia.

A book containing a facsimile of both volumes – a publication coedited by the FCG and Sistema Solar (Documenta) – was released to mark the exhibition. The same editorial partnership came together to produce the exhibition catalogue, which Lourdes Castro chose to call a “catalogue raisonné”, playing on the comprehensive nature the exhibition title implies (Ibid., p. 127). The catalogue included essays by Paulo Pires do Vale, Johanna Drucker and José Luís Porfírio.

In his piece, Pires do Vale cites Paul Claudel, describing the book as a “laboratory of the imagination” – an idea clearly manifested in what the curator refers to as the “bibliopraxis” of Lourdes Castro and her use of the “book as atelier” (Ibid., p. 125). In essence, it asserts that the artist’s book is not an object that contains or reports on an artistic exercise. It is a work of art in its own right, confirmed in the underlying praxis.

Pires do Vale stresses that this value as a “unit” applies equally to one-off books, series reproduced by hand, and to mechanically copied editions with larger print runs (Ibid., p. 127). The assertion that the artist’s book is a work in its own right obviously has implications in terms how art criticism and history categorise this specific mode of creation.  Unconcerned with answering before History, it is in light of such discourses that the books of Lourdes Castro emerge today as precursors to the contemporary artist’s book.

Naturally, many of the pieces exhibited were designed to be handled, something which, for obvious conservation reasons, was not possible within the exhibition space (a kind of “museum-inflicted harm” that occurs when historical value takes precedence over the nature of the object itself). To deal with this constraint, a film produced by Márcia Lessa was shown as a substitute for the opportunity to browse the books. This document was made available online via the Foundation YouTube channel.

The exhibition also contained works which, though not in themselves artist’s books or book-objects, were clearly adjacent to the theme. These included the assemblage Letras e Duas Casas, from 1962 (Inv. 10P1622) (one of several silver compositions featuring a collage of letters), as well as pieces depicting readers. Among these was the oil on board painting at the entrance to the exhibition – Que lês Maria Alice? (1956) –, produced during Castro’s time at the Escola Superior de Belas-Artes in Lisbon. The exhibition also featured two sheets embroidered with projected shadows (some of the many produced in the late 1960s), on this occasion depicting friends reading, exhibited alongside the aforementioned embroidered books. A cut-out plexiglass silhouette of a reader was also included.

At the time of the exhibition, three of the books exhibited belonged to the archives of the FCG Art Library: the aforementioned A Praia Formosa..., from 2008, Par suite, from 1966 and Herberto Helder, from 1958. The latter was the subject of a brief review by Ana Barata, published in the Calouste Gulbenkian Foundation Newsletter (Newsletter. Calouste Gulbenkian Foundation, Nº 168, Sep 2015, pp. 38-39).

According to the FCG Report and Accounts for the year 2015, the exhibition “was seen by 7,610 people and welcomed 18 educational visits” (Report and Accounts. FCG, 2015, 2016, p. 65).

Press highlights included an article by Alexandra Prado Coelho, featuring comments by the curator and the artist (Coelho, Público. Ípsilon, 10 Jul 2015). It raised an interesting point: this 2015 exhibition did not include any of Lourdes Castro’s Álbuns de Família – an ongoing series that began in 1963. This may be “in part [,] because [they were] an open-ended work, under construction (Ibid.). The year after “Todos os Livros” (All the Books), 36 Álbuns de Família were the subject of their own exhibition at Culturgest (“Lourdes Castro. Os Meus Álbuns de Família Um a Um” (Lourdes Castro. My Family Albums One by One”, 2016).

O Grande Herbário de Sombras (subject of an FCG exhibition in 2002-2003) was another piece which, despite its book-like format was omitted from the exhibition and the catalogue the artist compiled for “Todos os Livros” (All the Books).

There are several potential explanations for these omissions, among them the fact that neither can unambiguously be considered “books”. In one case, they are “albums”; in the other, something better classified as a “portfolio”. Naturally, these differences in terminology reflect conceptual differences. However, the 2015 exhibition does include a piece from 1962 simply entitled Album, as well as a calendar and Un Autre Livre Rouge, which, as the curator explains, “was included despite resembling a portfolio format, due to its thematic consistency and the fact that its title refers to it as a book (Lourdes Castro. Todos os Livros, 2015, p. 127). It is worth remembering that flexible interpretations of the book and “format shifts”, are intrinsic to the history of artist’s books and the book-object, the context of Castro’s work.

“Lourdes Castro. Todos os Livros” (Lourdes Castro. All the Books) has been referred to as the first major anthological exhibition dedicated to the work of an author of artist’s books and book-objects. It represents a major landmark in the long, shared history of Lourdes Castro and the FCG. As noted above, this relationship began when she was awarded one of the Foundation’s first scholarships in 1958. Two years later, in 1960, the Gulbenkian oversaw the organisation of a group exhibition of the major figures associated with the KWY group, at the Sociedade Nacional de Belas-Artes in Lisbon.

Since then, Castro’s work has come to feature prominently in the current Modern Art Centre collection. She has also participated in several FCG exhibitions, notably the anthological exhibition “Além da Sombra” (Beyond the Shadow) in 1992.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Exibição audiovisual

Lourdes Castro. Pelas Sombras

9 jul 2015
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Lourdes Castro. Todos os livros]

11 jul 2015
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Paulo Pires do Vale, Isabel Carlos e Teresa Gouveia (ao centro)
Marina Bairrão Ruivo
Nuno Júdice (à esq.)
Paulo Pires do Vale (à esq.) e Eduardo Lourenço (à dir.)
Ana Rijo da Silva (atrás)
Teresa Patrício Gouveia (dir.)
Lourdes Castro (ao centro)
Lourdes Castro (ao centro)
Isabel Carlos e Lourdes Castro

Multimédia


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 94207

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 2015

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 3957

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 2015

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 95129

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 2015


Exposições Relacionadas

Du possible

Du possible

2016 / Fondation Calouste Gulbenkian – Delégation en France, Paris

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