Exposição retrospetiva de Ernesto Canto da Maya (1890-1981), que permitiu redescobrir a obra deste escultor açoriano que escolheu Paris para viver durante grande parte da sua vida. Reuniu escultura e baixos-relevos do acervo de diversos museus nacionais e franceses e de colecionadores particulares.
Retrospective exhibition on Ernesto Canto da Maya (1890-1981) to rediscover the work of the Azorean sculptor, who was based in Paris for most of his life. The exhibition featured sculptures and works in relief from the collections of several French museums and private collectors.
A exposição retrospetiva do artista açoriano Ernesto Canto da Maya (1890-1981) realizou-se em 1995, no Centre Culturel Calouste Gulbenkian, em Paris. O artista partira para a capital francesa em 1913, regressando a Portugal por um curto período, entre 1938 e 1946. Com o final da Segunda Guerra Mundial, fixou-se novamente em Paris, até ao ano de 1953, data em que regressou definitivamente aos Açores.
A exposição, que ocupou as salas do piso térreo da delegação da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) em França, foi inaugurada no dia 9 de fevereiro de 1995, reunindo um conjunto de esculturas e baixos-relevos provenientes de museus, dos herdeiros do artista e de colecionadores particulares. A mostra enquadrou-se nos critérios programáticos do Centre Culturel Calouste Gulbenkian – nomeadamente o de apresentar a obra de artistas portugueses com um percurso relacionado com França, quer por terem vivido e trabalhado no país, quer por terem trabalhado temas ou autores franceses – e nas comemorações dos trinta anos da criação da delegação da FCG em França.
No catálogo, Paulo Henriques, comissário da exposição e, à data, diretor do Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha, além de identificar as obras apresentadas, inclui a reprodução fotográfica de monumentos criados por Canto da Maya que, pelas suas características, complementavam a seleção de Paris. Referimo-nos a Afonso de Albuquerque, Infante D. Henrique e Fernão de Magalhães, baixo-relevo do Pavilhão de Portugal na «Exposition Internationale et des Arts et Techniques dans la Vie moderne» (1937); D. Manuel, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral (1940), grupo monumental realizado para a «Exposição do Mundo Português»; e Gonçalo Vaz Botelho (1953), escultura pública erigida em Vila Franca do Campo, nos Açores.
A exposição em Paris foi coordenada por Paulo Henriques, historiador de arte que havia comissariado a retrospetiva de Canto da Maya realizada em 1990 na Galeria de Pintura do Rei D. Luís I, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, na qual a FCG colaborou com o empréstimo de obras e o apoio à edição do catálogo, sob a coordenação de Maria José Moniz Pereira, conservadora do Centro de Arte Moderna. Das 79 obras apresentadas no catálogo da exposição de 1990, Paulo Henriques seleciona 29 para a apresentação em Paris, em que prevalecem as obras da coleção dos herdeiros do escultor e do acervo do Musée des Années Trente, em Boulogne-Billancourt, com um significativo número de exemplares.
Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém documentos de empréstimo de obras.1995 1995
Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00320
Pasta com documentação referente à produção da exposição no Palácio Nacional da Ajuda. Contém correspondência interna e externa e documentos de empréstimo de obras.1989 1991