“[…] E isso aflige-me, o estar a morrer sem ter tido tempo

«“[…] E isso aflige-me, o estar a morrer sem ter tido tempo… apenas a experiência do instante. Mas curo-me dessas ideias negras fazendo encontros com as ejaculantes fontes de Sintra. […]”. A noção de ejaculação como expressão de potência e, ao mesmo tempo, de esvaziamento faz parte de uma velha analogia entre orgasmo e morte. As fontes da vida, do nascer e do renascer, fluem numa corrente única, num ciclo que é contínuo e uno.

As Fontes de Sintra foram particularmente importantes para Dacosta dado parecerem destilar numerosas preocupações que se encontram interligadas: como representar a memória, encontrar ícones de regeneração e empregar o poder hierático da simetria. Estes trabalhos não são tanto sobre algumas fontes especiais como sobre a capacidade de uma imagem rarefazer a experiência, são signos mneméticos imbuídos, para Dacosta, de associações românticas e afirmativas da vida. E a representação desta fonte de vida – tornada emblema – é em si profiláctica: o acto de pintar mantém a morte ao largo.»

(ROSENGARTEN, 1995, p. 2P)


Bibliografia


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