• 1997
  • Papel Fotográfico
  • Fotografia
  • Inv. 99FP342

Rui Moreira

Via Lactea I (Fotografia de uma escultura)

O subtítulo da imagem (Fotografia de uma escultura) advém do facto do autor ter colocado nesta ilha – uma boia de sinalização no Tejo – um candeeiro de iluminação pública de quatro metros de altura e um gerador que lhe permitia manter a iluminação, constituindo, deste modo, uma intervenção na paisagem que poderia ser considerada como uma instalação site-specific.

 

Porém, não foi esta a intenção do autor. Esta escultura, como lhe chama Rui Moreira, integra um conjunto mais vasto de sete esculturas, instaladas em diferentes locais e desenvolvidas durante um período de quatro anos, que foram especificamente pensadas para serem fotografadas, fazendo parte de uma investigação do autor sobre este meio de representação. Uma caixa de correio em cima de um poste de madeira de três metros de altura num terreno rural, ou uma escada de ferro com oito metros de altura, que simula uma prancha de saltos, implementada num terreno fabril, são mais dois exemplos deste tipo de esculturas de Rui Moreira.*

 

O que é que a fotografia acrescenta à escultura? De que modo é que a paisagem em que é implementada interage com a peça do autor, criando uma visibilidade específica através da imagem? As imagens representam efetivamente paisagens, mas as paisagens servem de pano de fundo para uma intervenção do autor que, através da fotografia, a transforma numa metáfora.

 

Em Via Lactea I esta metáfora é entendida através da relação de todos os elementos da imagem: a verticalidade do poste de iluminação, a luz difusa de uma cidade através do nevoeiro, a «ilha» e a intervenção luminosa nela, a linha do horizonte inclinada. Nada foi deixada ao acaso; todo o trabalho de direção das diferentes opções (escolha do dia e hora, enquadramento, ponto de vista, situação de nevoeiro, etc.) foi por si feito e partilhado com o fotógrafo Colin Paulson.

 

Para Rui Moreira, estas paisagens não têm que ser nomeadas nem identificadas, já que correspondem a paisagens interiores, intimistas. São estados de alma, representam equivalentes de experiências pessoais que encontraram na escultura e na fotografia a codificação desse vocabulário privado.

 

 

* Veja-se Nuno Faria e Jorge Molder (textos), Os Últimos Dias: Desenhos de Alexandre Conefrey, Paulo Brighenti, Rui Moreira, Rui Vasconcelos, Lisboa: CAM/FCG, 2000, p. 34 e 36.

 

 

 

JO

 

Novembro de 2011

 

 

 

TipoValorUnidadesParte
Altura60cmfotografia
Largura90cmfotografia
TipoAquisição
DataSetembro de 1999
Atualização em 23 janeiro 2015

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