• 1999
  • Papel
  • Aguarela
  • Inv. 99DP1752

João Queiroz

S/Título

O problema da paisagem e da sua representação está na origem destas imagens. Ao invés de descrever a natureza ou dar sobre ela um olhar convencionado e topográfico, Queiroz lida com o nevoeiro de sensações e percepções que o meio natural nele acorda – extrai os seus dividendos pictóricos guiado somente pelo instinto e intuição, numa missão romântica que vem inaugurar uma fase menos conceptual no decurso da sua obra. E apesar da subjectividade dessa experiência visual se mostrar avessa a interpretações, paira todavia uma lembrança da gravura japonesa nesta concepção de imagem, com áreas de cores lisas e não-naturalistas, numa quietude diáfana e sem sombras que, como os ukiyo-e (“retratos do mundo flutuante”) outrora coloridos à mão em tons laranja e azul, apenas mostra o perfil das vistas em que se costumava erguer o colosso do Monte Fuji.

 

João Queiroz consegue uma experiência visual que nada tem de modernista ou doutrinária, mas assenta na defesa de que a imagem artística continua a deter um valor soberano na era do ecrã – reforçando a pintura como coisa humana, destituída de filtros intelectuais e historicistas, para que o observador comungue com o artista. Esta obra nasce assim como extensão da sua profecia desse mesmo ano de 1999: «se a pintura se esgotar num jogo de símbolos e sinais, na sua sucessiva interpretação e reinterpretação, tornar-se-à um objecto cultural no sentido mais bolorento e académico do termo, e não mais parte fundamental da criação de novas sensibilidades e novos modos de ver.» (1)

 

(1) João Queiroz in Arte Ibérica, n.º 28, Outubro de 1999, p. 30.

 

 

AR

 

 

TipoValorUnidadesParte
Altura70cm
Largura100cm
Tipo assinatura e data
TextoJoão Queirós 1999
PosiçãoCanto superior direito
TipoAquisição
DataSetembro de 1999
Densidade Relativa
Lisboa, CAM/FCG, 2005
ISBN: 972-635-169-x
Catálogo
Densidade Relativa
 
Curadoria: Leonor Nazaré
27 de Outubro de 2005 a 22 de Janeiro de 2006
HALL de entrada e Piso 1 no CAM
12 de Agosto a 26 de Novembro de 2006
Centro Cultural Emmerico Nunes e Centro das Artes de Sines
 
Exposição Permanente do CAM
CAM/FCG
Curadoria: Jorge Molder
18 de Julho de 2008 a 4 de Janeiro de 2009
Centro de Arte Moderna
 
Atualização em 23 janeiro 2015

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