• 1977
  • Papel Fabriano
  • Técnica-mista
  • Inv. GE765

André Goezu

S/título

As duas obras sem título de André Goezu que fazem parte do acervo do CAM integram um conjunto de 585 gravuras, adquirido em 1988 à Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, mais comummente designada por «Gravura». A «Gravura» foi criada em 1956, recebendo apoios da Fundação Calouste Gulbenkian desde 1959, e desempenhou, durante várias décadas, um papel fulcral na renovação e valorização da gravura em Portugal. Como parte de um esforço de internacionalização da gravura portuguesa, trouxe um número considerável de artistas estrangeiros a Portugal – alguns de grande renome – que trabalharam nas suas oficinas ou frequentaram os seus cursos. A Fundação Gulbenkian teve aqui um papel relevante, oferecendo bolsas para residências de curta duração a muitos deles

 

André Goezu terá sido um destes artistas, realizando as gravuras pertencentes ao acervo do CAM numa oficina em Novembro de 1977. Este foi um período importante na gravura portuguesa; em 1976, a celebração dos vinte anos de existência da «Gravura» foi pretexto para a realização de múltiplas exposições um pouco por todo o país, que continuaram no ano seguinte.

 

O próprio Goezu refere que o contacto com a Fundação Gulbenkian e a «Gravura» foi feito através do seu amigo José de Guimarães (nesta altura muito ativo na cooperativa), que conhecera ainda na década de 1960, primeiro na cidade natal do artista, Antuérpia, e mais tarde em Paris, onde se estabeleceu no final desta década.

 

Relativamente a esta gravura, feita a água-tinta e a cores sobre couro, o artista informou o CAM que tem o título Chant profond [Canto profundo], descrevendo-a da seguinte forma:

Uma cadeira vazia lembra-se da amada que partiu. Dela permanece a sua voz, cujo som é semelhante ao de uma viola, e a recordação da suavidade da sua pele, parecida com a plumagem de um pássaro.

 

 

Nota: este texto baseia-se num depoimento do artista ao Centro de Arte Moderna em Setembro de 2009; relativamente à atividade da Gravura e à gravura em Portugal pode consultar-se o texto de Inês Vieira Gomes, «Um olhar sobre a gravura do Centro de Arte Moderna», in 1/150. Gravar e multiplicar, catálogo de exposição, Almada: Casa da Cerca, 2009, p. 29-32.

 

 

 

GV

 

Outubro de 2012

TipoValorUnidadesParte
Altura40cmMancha
Largura29,5cmMancha
Altura75,7cmPapel
Largura56,4cmPapel
Tipoassinatura
TextoA. Goezu
Posiçãofrente, canto inferior direito
Tipon.º de série
TextoXI/XXX
Posiçãofrente, canto inferior esquerdo
TipoAquisição
DataAbril de 1988
Atualização em 23 janeiro 2015

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