• 1970
  • Tela
  • Óleo
  • Inv. 81P570

António Palolo

S/Título

Sem Título (1970) marca um ponto de viragem na obra de Palolo, quando os vestígios figurativos parecem dissipar-se de vez dos seus quadros (como nesta incerta sugestão de montanhas), e as bandas geométricas, que antes eram meros detalhes, tomam lugar central na estruturação das composições. Esta viragem no sentido de maior clarificação formal, desmarca-se assim de experiências híbridas neofigurativas, das novas ideologias puristas da abstração e da disciplina do hard edge em voga, com o abstracionismo psicadélico, orquestrado mediante cuidada articulação destas barras coloridas, que explora as possibilidades construtivas da repetição e simetria: quadros dentro de quadros, linhas dentro de linhas, duas metades quase em espelho e a multiplicação dos planos pictóricos dentro da tela.

 

O código formal interno e a rede tonal, ambos propositadamente simples, contrapõem à saturação imagética da Pop uma linguagem pictórica essencial, de superfície polida, e uma rigorosa estrutura neo-geométrica. As faixas e os padrões surgem no suporte do jogo visual, contendo cores vibrantes e uma dinâmica espacial, numa interação de formas, mediante transições abruptas e contrastes, explorando estratégias visuais de alternância e dissonância, cujo ênfase no efeito óptico e perceptual do conjunto adquire valores cinéticos – coincidente, e não por acaso, com os primeiros vídeos experimentais de Palolo, de final dos anos 60. Uma via alternativa e inovadora para a pintura abstrata no panorama artístico português, cujo imediato sucesso ao ser exposta em Lisboa, conseguiu, no entender de críticos como J.-A. França, “romper, à la page, com a mediocridade abstraccionista a que se chegara.”*

           

 

* José-Augusto França, António Palolo, Lisboa: Galeria 111, 1973, p. 7.

 

 

 

Afonso Ramos

Abril de 2013

TipoValorUnidadesParte
Altura141cm
Largura96cm
Tipo assinatura
Tipo data
TipoAquisição
Data11 Março 1981
Arte Contemporáneo Portugués
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna, 1987
Catálogo de exposição
Arte Contemporáneo Portugués
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: CAM/FCG
Fevereiro de 1987 a Março de 1987
Madrid, Museo Espanõl de Arte Contemporáneo
Exposição organizada pelo CAM e pelos ministérios dos "Asuntos Exteriores" e da Cultura de Espanha. A exposição apresentou obras da Colecção do Centro de Arte Moderna e de colecções particulares.
Atualização em 23 janeiro 2015

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