- 2002
- Papel Fotográfico
- Fotografia e Tinta acrílica
- Inv. 02FP365
Helena Almeida
Seduzir
Se quiséssemos analisar a obra de Helena Almeida em termos diacrónicos diríamos que começa pelo traço, passa à mancha e à sombra, para finalmente tratar do espaço por inteiro. O suporte da pintura, que é a fotografia, começou por ser sobretudo figural* para, progressivamente, se tornar espacial. O fundo ou a cena foi aparecendo cada vez mais, não para dissolver a figura mas para enunciar os seus limites, e este fundo é sempre o seu ateliê: o chão de pedra e as paredes brancas tornam-se assim numa permanência nas suas fotografias a partir de meados da década de 90.
Nesta série, os sapatos pretos de tacão alto são mais do que um acessório, são um símbolo que remete para a sedução feminina – e o título clarifica essa intencionalidade – bem como o gesto coquete, ou de salão, de levantar a saia, a que se soma a introdução da cor vermelha com que a palma do pé é pintada. Um apontamento de dramatismo e encenação que reforça e simultaneamente perturba a coreografia de gestos minimais. Como quem afirma que «Seduzir» implica dor e sacrifício.
* «Figural» no sentido que lhe atribui François Lyotard na obra Discours, Figure, Ed. Klincksieck, Paris, 1974.
IC
Maio de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 199 | cm | moldura |
Largura | 129,5 | cm | moldura |
Tipo | assinatura |
Tipo | data |
Tipo | Aquisição |
Data | Dezembro de 2002 |
Densidade Relativa |
Lisboa, CAM/FCG, 2005 |
ISBN:972-635-169-x |
Monografia |
Helena Almeida. Pés no chão, Cabeça no Céu |
Lisboa, Edição Centro de Exposições / Centro Cultural de Belém, 2003 |
ISBN:972-8176-89-9 |
Catálogo de exposição |
Densidade Relativa |
Leonor Nazaré |
Curadoria: Leonor Nazaré |
27 de Outubro de 2005 a 22 de Janeiro de 2006 HALL de entrada e Piso 1 no CAMJAP |
12-8-2006 a 26-11-2006 Centro Cultural Emmerico Nunes e Centro das Artes de Sines |
A ideia de trabalhar o conceito de densidade das obras começou por surgir com a constatação de que a palavra é muito frequente nos textos de crítica de arte. O mesmo acontece com a palavra intensidade que facilmente se associa à primeira. Rapidamente se percebe que densidade pode ser sinónimo de riqueza ou de impenetrabilidade, quando não se refere mais literalmente à acumulação de elementos no espaço, por oposição ao vazio ou à rarefacção. O pensamento em torno destas variantes conduziu à percepção de que o conceito poderia ser útil no estabelecimento de um contínuo entre a matéria do pensamento e a dos corpos e objectos, neste caso, a das obras de arte. |
Pés no Chão, Cabeça no Céu |
Centro Cultural de Belém |
Curadoria: Centro Cultural de Belém |
19 de Março de 2004 a 6 de Maio de 2004 Galeria 1 do Centro Cultural de Belém |
Exposição sobre a obra de Helena Helmeida. |