- 2002
- Papel Fotográfico
- Fotografia
- Inv. 02FP366
Helena Almeida
Seduzir
Esta fotografia faz parte de uma série com o mesmo título e em que os sapatos pretos de tacão alto são protagonistas, bem como o chão do ateliê.
A artista, mais do que criar obras especificamente para um lugar ou um sítio, parece antes afirmar que o lugar é o ateliê e o ateliê é o seu mundo. Nesse sentido trabalha como um pintor clássico. Cria obras específicas no seu próprio espaço, e refere as obras que faz ao espaço no qual as produz, instaurando um processo de deslocações da sua própria domesticidade, instalando a estranheza nesse espaço, que é um espaço de quotidiano reconhecimento.
A estranheza deriva nesta obra da estranha colocação dos pés e mãos, tortos e voltados para dentro como um símio ou uma criança traquina que se recusa a andar direita, atitude reforçada pelo facto de estar descalça e ter os sapatos no chão mas rigorosamente colocados em frente aos pés, no sentido contrário – virados para fora – num exercício de composição que tem tanto de simples como de um impacto gráfico e imediato. Que tudo isto se intitule «Seduzir» é como que aplicar mais uma camada de ironia amarga na superfície preta e branca de uma obra que não persegue o perfeccionismo da fotografia mas antes o seu lado tosco e expressivo.
IC
Maio de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 129 | cm | moldura |
Altura | 194 | cm | moldura |
Tipo | assinatura |
Tipo | data |
Tipo | Aquisição |
Data | Dezembro de 2002 |
Densidade Relativa |
Lisboa, CAM/FCG, 2005 |
ISBN:972-635-169-x |
Monografia |
Helena Almeida. Pés no chão, Cabeça no Céu |
Lisboa, Edição Centro de Exposições / Centro Cultural de Belém, 2003 |
ISBN:972-8176-89-9 |
Catálogo de exposição |
Densidade Relativa |
Leonor Nazaré |
Curadoria: Leonor Nazaré |
27 de Outubro de 2005 a 22 de Janeiro de 2006 HALL de entrada e Piso 1 no CAMJAP |
12-8-2006 a 26-11-2006 Centro Cultural Emmerico Nunes e Centro das Artes de Sines |
A ideia de trabalhar o conceito de densidade das obras começou por surgir com a constatação de que a palavra é muito frequente nos textos de crítica de arte. O mesmo acontece com a palavra intensidade que facilmente se associa à primeira. Rapidamente se percebe que densidade pode ser sinónimo de riqueza ou de impenetrabilidade, quando não se refere mais literalmente à acumulação de elementos no espaço, por oposição ao vazio ou à rarefacção. O pensamento em torno destas variantes conduziu à percepção de que o conceito poderia ser útil no estabelecimento de um contínuo entre a matéria do pensamento e a dos corpos e objectos, neste caso, a das obras de arte. |
Pés no Chão, Cabeça no Céu |
Centro Cultural de Belém |
Curadoria: Centro Cultural de Belém |
19 de Março de 2004 a 6 de Maio de 2004 Galeria 1 do Centro Cultural de Belém |
Exposição sobre a obra de Helena Helmeida. |
Exposição Permanente do CAM |
CAM/FCG |
Curadoria: Jorge Molder |
18 de Julho de 2008 a 4 de Janeiro de 2009 Centro de Arte Moderna |
Exposição Permanente entre 18 de Julho de 2008 a 4 de Janeiro de 2009. |