- Papel
- Carvão
- Inv. DP1233
Francis Smith
Retrato de Manuel Bentes
Executado em 1909, este desenho a carvão retrata o amigo e pintor Manuel Bentes (1885-1961), com quem, um ano depois, Francis Smith partilharia uma viagem à Inglaterra, à Holanda e à Bélgica, na companhia de Emmerico Nunes e de Eduardo Viana. Em 1911, os quatro comparsas de Paris participavam na exposição de “Arte Livre” do Salão Bobone, em Lisboa, organizada pelo próprio Manuel Bentes, então presente na capital portuguesa, manifestação essa que originou a primeira polémica estética nos então ainda tímidos alvores da nossa “modernidade”. O carácter académico do retrato do amigo Bentes executado por Francis Smith revela a procura da perfeição no estudo das mãos, das pregas do lenço e das calças – testemunho da qualidade técnica da aprendizagem que lhes proporcionou a capital francesa, onde Smith chegava em 1907, dois anos depois de Bentes. Porém, para além da forma, mais interessante será aquilo que o olho humano de Smith, sempre próximo dos seus modelos, soube captar: a concentração do artista, expressa no olhar com que fixa o espectador sem o ver, atento à inspiração e às emoções proporcionadas pela guitarra portuguesa que os seus dedos afagam. E é justamente nesta liberdade de interpretação psicológica, igualmente traduzida na postura descontraída do artista, que reside a modernidade do retrato.
ILC
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 60,8 | cm | |
Largura | 46,7 | cm |
Tipo | assinatura |
Texto | Francis Smith |
Posição | c.i.d. a tinta |
Tipo | Aquisição |
Data | Julho de 1980 |
Tipo | Marca de água |
Texto | CANSON & MONTGOLFIER FRANCE Ingres ( simbolo) |