• 1964
  • Fibra de vidro e Madeira
  • Fibra de vidropintada e Madeirapintada
  • Inv. EE22

Tim Scott

Pavan

Esta obra em fibra de vidro e madeira é reveladora do interesse de Tim Scott em explorar a íntima relação entre cor e forma escultórica (volume, massa, proporções, gravidade). A forma biomórfica de Pavan associa-se a um movimento dinâmico e um sentido de gravidade, enquanto a colocação no chão e a escala humana do objeto o aproximam do observador, que pode circundar a obra.

O título evoca uma dança que remonta à Europa quinhentista, acompanhada de uma composição musical de ritmo nobre e lento, organizada em dois andamentos. Em Pavan, temos também uma tal «dupla identidade»: por um lado, as tábuas de madeira pintada que se abrem em leque, numa suave gradação cromática de azuis, deixando transparecer um sentido de harmonia e equilíbrio; por outro, as semiesferas brancas em fibra de vidro, justapostas sobre uma superfície arredondada e fechada. A composição escultórica abre assim espaço para o fluir da imaginação.

Sobre o papel estrutural dos materiais e da cor, o escultor afirmou o seguinte:

«A cor tornou-se para mim uma questão crucial por volta dos anos 1964-1965… Nesta altura, senti que era um aspeto fundamental no desenvolvimento da escultura, que era mais que o revestimento superficial de algo e que, por consequência, deveria ser pensada de forma mais profunda. […] Eu próprio usei a cor nas minhas obras como uma força expressiva, através da diversificação cuidadosa das suas qualidades (isto é, tom, textura, intensidade, etc.) em relação às qualidades físicas da forma. Eu esperava fazer com que a cor desempenhasse um papel expressivo.»

A força e o sentido identitário de Pavan reside nas suas qualidades antitéticas: quente/frio, suave/rígido, curvilíneo/linear, sensual/austero. O peso visual sugerido pelo volume é contrariado pelos materiais utilizados, moldados de modo a obter formas sugestivas, quase icónicas, que sugerem uma qualidade simbólica. Perante o jogo de equilíbrios e desequilíbrios, de formas, cores e energias, o resultado parece transcender o plano material, num sentido metafísico, tocando questões comuns à vida das formas e a dos homens.

 

MG
Maio de 2010

TipoValorUnidadesParte
Largura218cm
Altura110cm
Profundidade80cm
TipoAquisição
DataSetembro de 1970
100 Obras de Arte Britânica Contemporânea
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: Fundação Calouste Gulbenkian

Galeria de exposições temporárias, FCG
Exposição realizada em Janeiro 1971, na Galeria de exposições temporárias, FCG.
Atualização em 01 maio 2023

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