Segundo número do jornal manuscrito Parva (em latim), do qual se conhecem quatro números (1, 2, 4 e 5), todos eles conservados no CAM (DP243, DP244, DP245 e DP246). A produção de Parva situa-se no contexto do «Club das Cinco Cores», que surge em 1918 no âmbito da realização do bailado O Jardim da Pierrette, momento decisivo na génese da poética da ingenuidade almadiana, aqui, essencialmente ligada à infância, à imaginação e à espontaneidade, enquanto elementos essenciais de criação, e que seria amplamente desenvolvida em Paris, entre 1919 e 1920.
O «Club» é formado pelo próprio Almada (que nesse contexto, responde ao nome de «Verde» e «Zu»), e pelas suas quatro jovens amigas que participaram no evento: Tareca (Maria Madalena Morais da Silva Amado: Roxa); Lalá (Maria Adelaide Burnay Soares Cardoso: Branca ou Amarela); Zeca (Maria José Burnay Soares Cardoso: Vermelha); e Tatão (Maria da Conceição de Mello Breyner: Azul).
Este segundo número de Parva inclui vários desenhos e as ficções «Hoje sinto-me toda fina», «Pierrette estava sozinha» e «História da Menina Doida Que não Era Parva de Todo». A integralidade do jornal é da autoria de Almada Negreiros, que assina «Zu». Os desenhos e textos incluídos neste segundo número de Parva estão datados de «1920», ano que deverá corresponder à data de produção da totalidade das páginas de Parva 2, certamente realizadas após o regresso de Almada a Lisboa, vindo de Paris. É neste contexto que se inserem outras obras do CAM: DP167, DP168, DP176, DP183, DP184, DP247, DP 248, DP249 e DP250.
SA-F
Maio de 2010