- 1923
- Cartão
- Óleo
- Inv. 83P334
Jorge Barradas
Paisagem, Pernambuco
Pintada aquando da curta estada do pintor no Brasil, esta cancela – ou cancelo – remete-nos para outras cancelas vermelhas da pintura portuguesa, entre as quais se destaca de imediato a Cancela Vermelha de Silva Porto (1850-1893), que o pintor naturalista do Porto executou em Barbizon (França) em 1878 ou 1879. Esta obra marcava a importância técnica e estética que os pequenos formatos assumiriam na obra de Silva Porto. «Nada mais simples, nem mais fielmente observado e justo de cor», escrevia Monteiro Ramalho em 1882 sobre a velha e gradeada cancela vermelha, que se alarga «no meio dum fresco montão de verdura». Se, de um ponto de vista formal e plástico, a cancela de Barradas retoma o motivo de Silva Porto, a sua Paisagem coloca-nos para além do simples pretexto cromático, podendo, dentro da coleção do CAM, ser aproximada de Pedaço Minhoto de Fernando Lemos. Elemento eminentemente estrutural da paisagem rural portuguesa (e nortenha, em particular), a cancela fecha a entrada em parede da propriedade rural. A mesma cancela tosca dos dois lados do Atlântico como que recorda que o Minho rural forneceu, desde sempre e mau grado os seus encantos naturais, os maiores contingentes da emigração do país. Se a fotografia de Lemos teima em não mostrar os esplendores do «jardim de Portugal», preferindo-lhe outras verdades, já a pintura festiva de Barradas transporta-nos para a paradisíaca paisagem pernambucana e sugere a recriação do «jardim» português noutras paragens do mundo.
ILC
Novembro de 2011
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 48,5 | cm | |
Altura | 38,5 | cm |
Tipo | assinatura |
Texto | Jorge Barradas |
Posição | frente, canto inferior direito |
Tipo | data |
Texto | 1923 |
Posição | frente, canto inferior direito |
Tipo | lugar |
Texto | Pernambuco |
Posição | frente, canto inferior direito |
Tipo | Aquisição |
Data | Julho de 1983 |