- 1972
- Tela
- Óleo
- Inv. 83P1008
José Escada
O Grande Feiticeiro
Em O Grande Feiticeiro encontramos uma superfície tomada pela forma que a organiza, sugerindo-nos um aumento da escala das microfiguras simétricas que Escada foi compondo ao longo de parte dos anos 50 e dos anos 60.
Encontram-se parecenças com essas explorações anteriores na simetria da forma, na sua relação com o fundo ou até na pincelada contínua que desenha o signo, que repete a forma do barrete da figura desenhada de perfil. O tratamento da cor e dos seus valores lumínicos é em tudo diferente de telas como S/Título, de 1965. Tal como em Retrato de Mário Cesariny ou em Auto-Retrato, a cor apresenta-se mais crua, isto é, mais opaca e menos trabalhada.
O título parece ironizar uma figura eclesiástica que surge de perfil ao cimo da composição. Podemos entender este tom irónico pela íntima relação que a Igreja tivera com o regime estado-novista, principalmente sob a liderança do Cardeal Cerejeira, que abandonara o patriarcado de Lisboa em Maio de 1971, mas também pela sua substituição por D. António Ribeiro que havia sido nomeado a 13 de Maio de 1971, dia de aniversário das aparições marianas em Fátima. Por outro lado, tal como no auto-retrato do artista referido acima, aparece-nos mais uma vez uma possível mão, símbolo constante em várias obras de Escada, que repetem esta fórmula compositiva e em que existe uma significação encriptada de profundo misticismo.
ASR
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 38 | cm | |
Altura | 55,5 | cm |
Tipo | assinatura |
Posição | no verso |
Tipo | data |
Posição | no verso |
Tipo | Aquisição |
Data | Julho 1983 |
José Escada, 1934-1980 |
Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, Centre Culturel Calouste Gulbenkian, 1991 |
Catálogo de exposição |
José Escada, 1934-1980 |
CAM/FCG |
17 de Outubro a 19 de Dezembro de 1991 Centre Culturel Calouste Gulbenkian, Paris |