- 1955
- Tela
- Óleo
- Inv. 83P510
Francis Smith
Nyons le soir
As volutas das varandas de Nyons são idênticas a todas as outras que Francis Smith pintou e desenhou ao longo de quatro décadas, inspiradas no trabalho de ferro forjado das varandas de Lisboa. João Alves das Neves escreveu, em O Primeiro de Janeiro (25/1/1956), que a Provença, nas telas de Francis Smith, apresenta estranhas semelhanças com Portugal, devido, talvez, a alguma familiariedade que a região lhe inspirava. Na Nyons batida pelo sol do Midi e varrida por Pontias, o vento local, não existem, porém, varandas nem outros espaços de transição desprotegidos. Assim, para além da evocação de um tempo e de uma geografia queridos, que atravessa toda a obra de Smith, as volutas devem ser encaradas como elemento formal com que o pintor estabelece a ligação entre o luminoso arranjo de flores e a sombria esquadria das fachadas da arquitectura urbana provençal que os seus arabescos animam. Neste fazer, a escrita rendilhada de Smith devolve ao casario a volumetria que a noite apagou e cria a unidade entre os planos que dissocia, inicialmente, à procura do máximo de visibilidade para cada um. A desmesurada jarra, cujas proporções lhe garantem a autonomia enquanto sujeito do quadro, reintegra assim o ambiente envolvente a que pertence.
ILC
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 37,7 | cm | |
Altura | 46 | cm |
Tipo | data |
Texto | 1955 |
Posição | no verso |
Tipo | assinatura |
Texto | Francis Smith |
Posição | c.i.e. |
Tipo | Aquisição |
Data | Julho de 1983 |