• 1975
  • Papel
  • Aguarela e Tinta-da-china
  • Inv. DP1340

Eduardo Batarda

No chão que nem uma seta

Nesta aguarela, adquirida após a exposição de bolseiro de Eduardo Batarda em 1975, o desenho de elevado apuro técnico é, como em Ao Exp. Abs. 1 e 2, reminiscente da cartografia, mas aqui os elementos aglomerados desenham um V sobre fundo cinzento escuro, emergindo do vértice um traçado claro descontínuo, que, embora irregular, remete para a ideia de estrada, ao mesmo tempo que permite ver a figuração de uma seta em sentido vertical descendente. Última pintura antes de um interregno de três anos sem pintar, a intenção original era chamá-la Chevron, palavra que aparece em duas das inscrições. Ao retomar as aguarelas em 1978, Batarda fará duas pinturas irmãs desta, já com Chevron no título. «Chevron» é não só o nome de uma das mais antigas companhias de petróleo americanas, mas também a palavra usada em inglês para a insígnia militar com a forma em V, que costuma surgir nas mangas dos uniformes indicando o tempo de serviço e a patente.

 

As inscrições integradas na pintura, por entre instruções de observação (chamando sarcasticamente os observadores a lerem as letras pequenas para se aproximarem da obra), comentários auto-depreciativos, gíria forte e indicação de períodos cronológicos, parecem mostrar que esta leitura cartográfica contém um panorama da história de arte (e da pintura do próprio Batarda) que está em movimento descendente, que depressivamente se afunda ou se enterra — que morre —, e que só subsistirá enquanto comentário arqueológico de si mesma.

 

 

MPS

 

Maio de 2010

TipoValorUnidadesParte
Altura78,7cm
Largura58,5cm

 Tipo

assinatura
TextoEduardo Batarda
Posiçãofrente, canto inferior esquerdo
Tipotítulo
TextoNO CHÃO QUE NEM UMA SETA
Posiçãoverso, canto inferior direito
Tipodata
Texto1974
Posiçãoverso, canto inferior direito
Tipodata
Texto1975
Posiçãofrente, canto inferior esquerdo
Tipoassinatura
TextoEduardo Batarda
Posiçãoverso, canto inferior direito

 

Tipoinscrição
Texto

«early 60’s», «California Dreaming Drawing», «agora... mais, mais H. d’A.!», «mais uma pintura abstracta da autoria de Stella Miasma», «é a célebre flecha envenenada dos pampas amazónicas», «vai disto», «quem me acaba o resto», «(de V. ao P.)», «It’s the new-type chevron!», «2550 A.C. (b.c.)», «primitive», «medieval», «ferro», «pau», «stone age», «aço», «calhamaço», «got wings», «TRABAJO», «E PUÑETAS», «espectacular par», «que nem uma seta», «silex», «de cornos!», «early american», «calhau», «Nota explicativa Isto é uma pintura. E uma pintura de ver ao perto. É por isso que aqui estão as pequenas.», «OLD», «get a CLOSE», «LOOK», «CHEVRO[…]», «Jujun Joe ser: That’s one for the eighties!», «e os colhões a marcar passo», «good old lasting tool», «c’est quoi? Le champignon de l’art moderne?», «Eduardo Batarda 1975 (1º pós-parto)», «Oh», «Ah Ah», «and a face! and it’s got things in it! the girls love it!», «(the rise and fall of…)», «Ptg. (du genre Funky ou bien Naïf)», «Plutôt hard-bop», «estou-me a fazer velho», «DON’T THEY?»

Posiçãofrente, ao longo da mancha
TipoAquisição
DataDezembro de 1975
50 Anos de Arte Portuguesa
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007
ISBN:978-972-678-043-4
Catálogo de exposição
Hors Catalogue - Un projet Gulbenkian à propos de sa collection
Amiens, Maison de la Culture d'Amiens, 1997
ISBN:2 903082 70 8
Catálogo de exposição
Arte Portuguesa Contemporânea
Brasilia, [s.n.], 1976
Catálogo
Arte Moderna Portuguesa 1968 - 1978: Obras Pertencentes às Colecções da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Sociedade Nacional de Belas-Artes, 1979
Catálogo de exposição
Eduardo Batarda: Pinturas, 1965-1998
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão, 1998
Catálogo de exposição
Eduardo Batarda Fernandes
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1975
Catálogo de exposição
Representação Portuguesa à XIII Bienal de São Paulo
São Paulo, XIII Bienal, 1975
Catálogo
Eduardo Batarda - Pinturas 1965-1998
CAMJAP/FCG
Curadoria: Alexandre Melo
3 de Março de 1998 a 10 de Maio de 1998
Galeria do piso 1 do museu do CAMJAP
Exposição comissariada por Alexandre Melo.
Hors Catalogue - Un projet Gulbenkian à propos de sa collection
CAMJAP/FCG
Curadoria: João Fernandes
Dezembro de 1996 a Fevereiro de 1997
Casa da Cultura de Amiens, França
Uma co-produção da Casa da Cultura de Amiens e do Serviço de Belas-Artes e do CAMJAP da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta exposição tem origem numa proposta de Augusto Rodrigues da Costa, responsável pela programação de artes plásticas da Casa da Cultura de Amiens.
50 Anos de Arte Portuguesa
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: Fundação Calouste Gulbenkian
6 de Junho de 2007 a 9 de Setembro de 2007
Sede da FCG, Piso 0 e 01
Exposição programada pelo Serviço de Belas-Artes e pelo Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian. Comissariado: Raquel Henriques da Silva, Ana Ruivo e Ana Filipa Candeias
Arte Portuguesa Contemporânea
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: Ministério dos Negócios Estrangeiros
Dezembro de 1976 a (?) de 1977
Museu de Arte Assis Chateaubriand, São Paulo
Dezembro de 1976 a (?) de 1977
Ministério das Relações Exteriores, Brasília
Dezembro de 1976 a (?) de 1977
Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
Exposição organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secretaria de Estado da Cultura e Fundação Calouse Gulbenkian, em intercâmbio cultural luso-brasileiro com o Ministério das Relações Exteriores, Brasília, Museu de Arte Assis Chateaubriand, São Paulo e Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Exposição ligada à visita oficial do Presidente da República Portuguesa, Mário Soares, ao Brasil (15-21 de Dezembro).
Arte Moderna Portuguesa 1968 - 1978: Obras Pertencentes às Colecções da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian
Rui Mário Gonçalves
Curadoria: Sociedade Nacional de Belas-Artes
1979-09-01 a 1979-09-30
Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa
Exposição comissariada por Rui Mário Gonçalves.
Eduardo Batarda Fernandes
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: Fundação Calouste Gulbenkian
1975-08-01 a 1975-08-31
Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
Exposição patente na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, em Agosto de 1975, dedicada a Eduardo Batarda, enquanto bolseiro da FCG.
Representação Portuguesa à XIII Bienal de São Paulo
José Sommer Ribeiro
Curadoria: José Sommer Ribeiro
Representação Portuguesa à Bienal de 1975, organizada por José Aleixo da França Sommer Ribeiro.
Atualização em 23 janeiro 2015

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