• 1964
  • Madeira
  • Emulsão
  • Inv. PE158

Bridget Riley

Metamorphosis

Talvez a mais importante ideia para a compreensão do trabalho de Bridget Riley seja «a consciência de que o equilíbrio, dentro de uma estrutura rígida, pode ser perturbado e restaurado». Na ilustração desta ideia, associada à não rigidez das formas geométricas (ideia a contra corrente do senso comum), Riley gosta de evocar a experiência de uma forte chuvada no Verão de 1960, em Veneza, em que a chuva, ao cair no pavimento de ladrilhos pretos e brancos, parecia dissolver o padrão das pedras, que se tornava de novo nítido, ao secar.

Em Metamorphosis (Metamorfose), Riley opera ao nível da ambiguidade óptica gerada no espectador pela sugestão de deslocamento progressivo e dos efeitos lumínicos dos círculos cinzentos – trabalhados em progressão contínua tonal do cinzento escuro ao cinzento mais pálido –, impecavelmente traçados sobre o campo contínuo do fundo, de um branco imaculado. Não há na pintura de Riley qualquer elemento matemático, apesar de estarmos perante uma abstracção geométrica. Do mesmo modo que não encontramos sinal directo da mão da artista que, desde 1961, preferiu entregar a execução das suas pinturas a assistentes, reservando para si a execução dos estudos preparatórios das mesmas e o recorte das formas usadas como máscaras no traçado das suas estruturas dinâmicas.

Apesar de saírem de uma estrutura rígida, milimetricamente orquestrada – em que o lugar e a função de cada elemento é determinável apenas relativamente ao padrão geral –, a sua pintura interage livremente com o observador, numa aplicação pictórica da frase de Stravinsky, «Quanto mais a arte for controlada, limitada e retrabalhada, mais livre é».*

 

Ana Vasconcelos
Maio de 2010

 

* In Frances Spalding, «Bridget Riley and The Poetics of Instability », in Bridget Riley. Paintings from the 1960s and 70s, London, Serpentine Gallery, 1999, p. 19.

TipoValorUnidadesParte
Largura108cmcaixa em vidro acrílico
Largura106,7cmsuporte
Altura112,2cmsuporte
Altura113cmcaixa em vidro acrílico
Profundidade3,5cmcaixa em vidro acrílico
Profundidade3cmsuporte
TipoAquisição
Data21-01-1965
Heimo Zobernig e a Colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian/ Heimo Zobernig and the Collection of the Calouste Gulbenkian Foundation Modern Art Centre; Heimo Zobernig and the Tate Colllection/ Heimo Zobernig e a Colecção da Tate
Lisboa/ St. Ives, 2009
ISBN:978-1-85437-826-2
Catálogo de exposição
A Ilha do Tesouro / Treasure Island
CAMJAP/FCG
Curadoria: CAMJAP/FCG
7 de Fevereiro de 1997 a 4 de Maio de 1997
Todo o espaço expositivo do CAM - pisos 0, 1 e 01, e Galeria de Exposições Temporárias.
Comissários da exposição: Jorge Molder e Rui Sanches.
Metamorphosis - British Art of the Sixties: works from the collections of the British Council and the Calouste Gulbenkian Foundation
Basil & Elise Goulandris Foundation - Museum of Contemporary Art
Curadoria: Fleurette P. Karadontis
26 de Junho de 2005 a 25 de Setembro de 2005
Basil & Elise Goulandris Foundation - Museum of Contemporary Art
Comissários da exposição: Richard Riley, British Council, London, e Ana Vasconcelos e Melo, CAMJAP-FCG, Lisboa.
100 Obras de Arte Britânica Contemporânea
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: Fundação Calouste Gulbenkian

Galeria de exposições temporárias, FCG
Exposição realizada em Janeiro 1971, na Galeria de exposições temporárias, FCG.
Revolução Cinética
Museu do Chiado
Curadoria: Emmanuel Guigon
14 de Março de 2008 a 16 de Junho de 2008
Museu do Chiado
Exposição comissariada por Emmanuel Guigon. a exposição "centra-se nas preocupações cinéticas que ocuparam um amplo grupo de artistas das vanguardas históricas até à actualidade e que tiveram como resultado um destacado conjunto de experiências que constituem um acontecimento ímpar dentro da história da arte do século XX. A exposição pretende ser uma panorãmica sobre as questões que em cada momento impulsionaram estes artistas para o cinestismo, reunindo os principais autores internacionais e nacionais, como Marcel Duchamp, Victor Vasarely, Yaacov Agam, Pol Bury, Karl Gerstner, Bridget Riley, entre outros.
The Gulbenkian Foundation and British Art
Tate Britain
Curadoria: Tate Britain
1 e 10 de Março de 2006 a Fevereiro de 2007
Londres, Tate Britain
A exposição fez parte das comemorações dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian que começaram oficialmente a 18 de Julho de 2006.
Heimo Zobernig e a Colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian
CAM/FCG
Curadoria: Jürgen Bock
11 de Fevereiro de 2009 a 31 de Agosto
Centro de Arte Moderna
Exposição realizada em parceria com a Tate St. Ives. Inclui obras da colecção da Tate de St. Ives, do Centro de Arte Moderna e do artista Heimo Zobernig. De 24 de Maio a 31 de Agosto de 2009 estiveram expostas apenas as obras do CAM escolhidas pelo artista.
Atualização em 01 maio 2023

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