Maze – título que significa labirinto ou rede intrincada – é representativo de um momento em que Derek Boshier redefine o seu espaço pictórico. A tela propõe a sua própria realidade, entre a materialidade e a ilusão de profundidade, simultaneamente rigorosa e lírica. Este espaço é definido através de mecanismos ilusórios que expandem o movimento ondulatório criado pela estrutura de bandas curvas cromáticas, num sentido de projecção / regressão. A cor assume um papel relevante na definição das formas, dos volumes e da orientação, reforçando o sentido hipnótico da composição. A geometria rigorosa das formas não fecha a composição, mas antes suscita e dinamiza-a.

Trata-se de uma realidade pictórica autónoma, de uma proposta de cor, geometria, tridimensionalidade e dinamismo. Mas um olhar mais atenta poderá ensaiar outras leituras, decifrando subtis referências à contemporaneidade urbana e à nova vivência do espaço no tempo.

MG
Maio de 2010