- 2005
- AçoInox
- Açoinoxidávelpolido
- Inv. 13EE80
Waltercio Caldas
Espelho C
Uma estrutura geométrica em que todas as linhas se fecham sobre si mesmas é surpreendida por linhas fracturadas e suspensas no vazio: seis pequenos segmentos de reta oblíquos que se interrompem na sua projeção. A correspondência dual estabelecida entre eles e pelos planos paralelos dos tubos de aço permite-nos perceber porque se trata de um espelho, a indicação dada pelo título: o lugar destas suspensões rectilíneas torna-se o lugar do real e o da imagem refletida, como na experiência especular.
O grande vazio que preenche a escultura inverte a proposição clássica do género, mas atribui força e implantação aos contornos, fazendo da transparência e da ausência o contraponto dinâmico da barreira ilusória que uma imagem pode ser e da sua provável opacidade. A ideia de espelho é proposta ao mesmo tempo que a de recinto escultórico de modo a projectar-nos numa experiência imaginária de encantamento: de expetativa e invisibilidade, de absorção e leveza.
«O funcionamento dos espelhos sempre me intrigou e está presente em boa parte da minha obra. Arrisco a hipótese de que os espelhos tenham sido a primeira máquina inventada», afirma o artista em 2005, na galeria Raquel Arnaud, em Vila Madalena, aquando de uma individual em que uma das séries se chamava O Espelho e a Máquina. Em 2006, a escultura Espelho Rápido foi inaugurada nas margens do Rio Guaiba, em Porto Alegre. Em 2007, instalou um ambiente a que chamou Mirror Sharp, em Veneza. Estes são apenas alguns exemplos.
Exposta em 2008 na mostra individual Horizontes que o CAM lhe dedicou, esta obra integrava um conjunto de várias outras em que os tubos de aço inoxidável eram utilizados como desenho no espaço. O procedimento era transversal a quase todas as propostas definindo relações com a parede e com o chão, com plintos e mesas, com a pequena e a grande escala e com outros materiais como o vidro, a pedra polida ou os fios de lã.
Leonor Nazaré
Abril de 2013
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 200 | cm | |
Largura | 280 | cm | |
Profundidade | 270 | cm |
Tipo | Doação |
Data | 31-05-2013 |
Horizontes - Waltercio Caldas |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2008 |
ISBN:978-972-635-201-3 |
Catálogo de exposição |
Horizontes - Waltercio Caldas |
CAMJAP/FCG |
Curadoria: Jorge Molder (1947-) |
19 de Julho de 2008 a 11 de Janeiro de 2009 Piso 0 do museu do CAM |
O artista apresenta vários trabalhos de natureza escultórica concebidos para integrar a exposição do CAM, que ocupa o espaço da maior nave do museu. A enorme escala a que a sua proposta toma corpo assegura certamente a relevância deste evento no seu percurso internacional. |