- 1969
- Lã
- Tecelagem manual
- Inv. TP13
Eduardo Nery
Espaço Ilusório
Esta obra de grandes dimensões, e executada a partir de um cartão prévio, segundo a técnica tradicional da tapeçaria, aplica à decoração interior imagens que Eduardo Nery desenvolveu em longas e ricas séries de guaches e pinturas. É este histórico conjunto de obras que fazem com que o artista seja considerado o mais significativo cultor (juntamente com Artur Rosa) da Op Art em Portugal.
No entanto, a obra de Nery tem múltiplas facetas, quer estilísticas, quer técnicas. O artista mantém, por vezes em simultaneidade ou em ciclos a que sucessivamente regressa ao longo das décadas, experiências no campo da abstracção expressionista e da Op Art, no campo da fotografia e da intervenção na decoração urbana, no campo de uma pintura que designou por metafísica ou de uma longa série de colagens de intervenção crítica.
Cronologicamente em coincidência com a evolução do movimento internacional na década de 60, cuja “sede” informal se situava em Paris, na galeria de Denise Renée, as experiências visuais de Nery vão, de modo pioneiro, enriquecer os ritmos cromáticos e o ilusionismo espacial característicos da Op Art através de uma riquíssima gama de valores tonais. Nesta tapeçaria, a sensação de infinitude da malha construída pela imagem (que parece prolongar-se para além dos limites tradicionais da imagem pictórica), a sensação de movimento ou respiração da superfície, volumétrica e ondulante, de uma obra que é naturalmente bidimensional, a absorção do olhar e do corpo do espectador que olha pelo ecrã da imagem, sendo algumas das características comuns às restantes experiências Op, são magnificadas pela concretização, em termos de dimensão real da tapeçaria, da escala monumental implícita no cartão original. O alargamento da noção de espectador da obra de arte é essencial a esta fase ou dimensão do trabalho de Nery que, quer em tapeçaria, quer em pintura pública (edifício Franjinhas, Arq. Nuno Teotónio Pereira, Lisboa, intervenção actualmente destruída), quer em inúmeros painéis de azulejos (Av. Infante Santo, Lisboa) ou desenhos de empedrado urbano, tem contribuído de modo decisivo para o redesenho das cidades e a cultura visual dos seus habitantes.
João Pinharanda
Maio de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 176 | cm | |
Largura | 292 | cm |
Tipo | Aquisição |
Data | Agosto de 1976 |
50 Anos de Arte Portuguesa |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007 |
ISBN:978-972-678-043-4 |
Catálogo de exposição |
Arte Portuguesa 1992 |
Colónia, Alemanhã, Vista Point Verlag, 1992 |
ISBN:3 88973 602 5 |
Catálogo de exposição |
Exposição Retrospectiva de Eduardo Nery |
Museu da Água |
Curadoria: Museu da Água |
4 de Março de 2004 a 18 de Maio de 2004 Museu Nacional Soares dos Reis |
30 de Outubro de 2003 a 29 de Novembro de 2003 Sala de Exposições Temporárias da Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos |
A exposição esteva patente no Museu da Água antes de ir para o Museu Nacional Soares dos Reis. |
Exposição Inaugural do Museu da Tapeçaria de Portalegre |
Câmara Municipal de Portalegre |
Curadoria: Câmara Municipal de Portalegre |
4 de Julho de 2001 a 31 de Janeiro de 2002 Museu da Tapeçaria de Portalegre |
Exposição no âmbito da inauguração do Museu da Tapeçaria de Portalegre, espaço especificamente dedicado à apresentação, conservação e estudo, de uma parcela fundamental do património artístico nacional que a Tapeçaria de Portalegre representa. |