Em 1971, Artur Rosa elaborou uma série de trabalhos que tanto eram pensados como peças escultóricas autónomas, assumindo a escala de objeto em que eram trabalhadas, como, podendo ser tomados como pontos de partida, admitiam a possibilidade da sua ampliação para uma escala arquitetónica. Foi esse o caso da Escultura para Espaço Urbano I, desde logo pensada como uma “zona de entrada” para ser aplicada no espaço público, e que acabou por vir a ser inaugurada em 1999, numa versão ampliada, na Av. Conde de Valbom em Lisboa.

 

Mantendo a tendência cinética que vinha então a definir o seu trabalho, o artista configurou nesta escultura uma dinâmica progressão geométrica que assinala a transformação de um cubo num paralelepípedo. Estruturada como uma sequência em arco que se materializa no espaço, a peça é composta por vários elementos com volumes diferenciados, mas que adquirem contudo um sentido de unidade através da pintura vermelha.

 

Enquanto exercício de tridimensionalidade, esta obra revela ainda um conjunto de preocupações de referência minimal – tais como o rigor e a geometria que lhe estão subjacentes, mas também um carácter projetual e serial, assim como uma evidente apetência por uma dimensão industrial.

 

 

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Maio de 2012