• 1977
  • Tela
  • Tinta acrílica
  • Inv. PE21

Wolf Vostell

Der Tote der Durst hat [O morto que tem sede]

Partindo da premissa conceptual sobre arte e vida que orienta todo o seu trabalho, Vostell desenvolve, entre 1977 e 1978, uma reflexão explícita sobre a morte e a patética necessidade existencial do homem, que declina num conjunto de obras muito diversas, sob uma única referência: “El muerto que tiene sed”.

Uma primeira série de dez quadros-objecto funciona como ensaio preparatório para a escultura-ambiente executada em Malpartida de Cáceres. Posteriormente, seguem-se um ciclo de quatro objectos-quadro de grande formato (em duas destas obras, pendem grandes serras sobre as figuras) e um tríptico em que Vostell aborda a morte do ponto de vista da luta pela sobrevivência, encarnada pelo instinto sexual. Regularmente ameaçado pelo sistema da realidade, este é representado através de objectos técnicos com identificada capacidade alienante ou destruidora.

Em “Der Tote der Durst hat” (na tela do CAM, figura a versão alemã do título castelhano atribuído ao ciclo), os corpos jazem, exangues, num ambiente de chumbo dado pelos cinzentos da matéria acrílica. A ligação com a vida parece cortada: o fio do rádio (ou da televisão), apagado (“não pinto, apago”, dizia Vostell), não conduz a lado nenhum, o sexo (ou máquina fotográfica) des-colado do corpo, que o homem segura na mão direita e que mais parece um simples adereço, reafirma a crítica do artista a uma sociedade de consumo desenfreado, onde o sexo é encarado como meio de dominação e, portanto, de destruição. Ao pintá-lo assim, Vostell trabalha no sentido da des-alienação, para que o sexo retome o seu lugar pleno de jubilação, de nascimento e de (re)criação do mundo na senda do audacioso quadro de Gustave Courbet, “L’origine du monde” (1866).

 

ILC

TipoValorUnidadesParte
Largura301,5cm
Espessura2cm
Altura190,5cm
Largura300,5cm
Altura191,5cm
Tipoassinatura
TextoVostell
Posiçãono c.i.d.
Tipoassinatura
TextoVostell
Posiçãono verso, na trave central horizontal
Tipodata
Texto1977
Posiçãono verso, na trave central horizontal
Tipotítulo
TextoDer tote der durst hat
Posiçãono verso, na trave central horizontal
TipoDoação
DataJulho 1979
Inauguração do CAM
CAM/FCG
Curadoria: A definir
20 de Julho de 1983
Lisboa, Centro de Arte Moderna/ FCG
20 de Julho 1983.
Atualização em 23 janeiro 2015

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